Os dois espaços – que estão entre as maiores casas noturnas de BH – têm muitas semelhanças, apesar da visível discrepância na estrutura. Ocupam grandes áreas, em torno de 3 mil metros quadrados, e oferecem atrações bem populares, que passam pelo sertanejo, pagode, funk e forró. Naldo, César Menotti & Fabiano, Belo, Amado Batista e Alexandre Pires têm se apresentado com certa frequência na capital e viram no Bailão Venda Nova e na Galopeira as melhores opções para mostrar seus trabalhos.
“Além do Chevrolet Hall, somos o único lugar na cidade que oferece estrutura completa para grandes apresentações. Desde que a T4F assumiu o espaço da Savassi, muitos produtores acabaram nos procurando. Temos um custo/benefício muito melhor e aqui eles ainda têm a possibilidade de ganhar dinheiro”, explica Fabiano Prata, um dos sócios da Galopeira, localizada na Avenida Tereza Cristina, no Prado.
A boa capacidade de público e os custos para se realizar um evento também são apontados pelo empresário Marcos Assunção, que se autointitula “representante do Bailão”, como uma das principais vantagens para a realização de shows no local. “Aqui é muito grande e barato para fazer essas apresentações. Cabem umas 5 mil pessoas, mais gente que o Chevrolet Hall. É a casa mais legal de BH, seja em termos de legalização, já que temos todos os alvarás, ou em termos de clima, descontração e diversão”, promete.
Ambos os espaços reservam os sábados para atrações locais, enquanto as sextas e as vésperas de feriado recebem os artistas mais conhecidos. Enquanto a Galopeira oferece atração nacional praticamente todas as semanas, no Bailão Venda Nova, que também é conhecido por Bailão Sertanejo, os shows vêm diminuindo e são quinzenais ou mensais. “Toda a vida teve muito show de gente de fora, gente graúda mesmo. Mas tem diminuído. Não mexo muito com isso. Dá muito trabalho, prejuízo. Quem quiser vir fazer, pode vir. Aqui todo dia chega um curioso para promover um evento. No início me procuravam mais, porque as coisas eram mais baratas. Mas hoje tudo é caro. O povo não tem mais condição de pagar um ingresso de R$ 40, R$ 50. E olha que aqui é um dos mais acessíveis. Mesmo assim é caro”, reclama Marcos.
Meio desiludido com o mercado, apesar de ainda receber eventos artísticos de porte, o proprietário do Bailão revela que, por ele, só investiria no Sabadão Sertanejo, com as bandas locais, mas, infelizmente, precisa de dinheiro para sobreviver. “Nesse dia, nosso público fica em torno de 1,3 mil presentes. Se eu tivesse 2 mil pessoas aqui todo sábado, nunca mais ia querer show de grande artista. Além de ser um povo muito complicado e falso, a qualidade está cada vez pior. Não estão nem aí para os fãs. Só pensam em dinheiro. Se faltar mil contos antes do show, num cachê de 100 mil, eles nem sobem ao palco”, desabafa.
Internacional
Se em Venda Nova as queixas são muitas, na Galopeira tudo parece ir de vento em popa. Tanto que para o próximo ano há a intenção de abrir a casa para eventos internacionais. Artistas como Alejandro Sanz e Julio Iglesias já estão sendo cotados. Sem falar que há grande procura por parte do mercado gospel, sejam católicos ou evangélicos. Inclusive, há apresentação marcada do padre Fábio de Melo para dezembro. “Não é fácil colocar 2 mil ou 3 mil pessoas num lugar. O artista tem que ter muito apelo, mas é ele quem dita o público. Por isso dizemos que a Galopeira é a casa de todas as idades, classes e estilos. Temos de tudo um pouco, gente que gosta de sertanejo, pagode, axé e quase sempre com lotação máxima”, frisa Fabiano Prata.
O espaço tem grande diferencial em relação a outros da cidade: acabou se tornando referência em termos de segurança e prevenção de incêndio não só em Minas, como em todo o país. Todos os funcionários são treinados para situações de emergência. “Temos todos os alvarás, além de documentação que nenhum outro lugar tem, como o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e o Estudo de Impacto de vizinhança (EIV). Somos um exemplo nesse sentido e também na questão da acessibilidade. Isso também faz com que muita gente queira realizar o seu evento aqui. É um atestado de segurança, conforto e qualidade”, assegura o empresário. Tanta preocupação com a segurança se explica: em novembro de 2001, um incêndio tomou conta do Canecão Mineiro, que funcionava no local, com sete vítimas de morte e dezenas de feridos
Music Hall vai mudar
Hipodromo, Freegells Music, Music Hall e, em fevereiro, um novo nome. O espaço localizado na Avenida do Contorno, próximo à Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia, acaba de ser adquirido pelo trio de sócios que comanda a Galopeira, formado pelos empresários Fabiano Prata e Delson Bianchi, além do Grupo Alambique. O local já está passando por reformulação e não terá seu funcionamento interrompido. Os shows e festas vão continuar normalmente. O projeto final deve ficar pronto em meados de fevereiro, como lembra Fabiano. “Estávamos procurando um local com capacidade intermediária de público, por volta de 1,5 mil, 2 mil pessoas no máximo, e quando encontramos o Music Hall foi amor à primeira vista. Vamos dar uma repaginada no local, que vai ser a casa do momento em 2014”, assegura.
Entre os itens que cativaram o trio estão a localização, a acústica e a estrutura, que permite boa visualização dos shows de qualquer ponto do espaço. A grande mudança será na ambientação. “Lá é bonito por si só e a forma como são distribuídos os camarotes é excelente. O grande lance será a iluminação. Vamos mudar as cores por meio das luzes, conforme o evento que será realizado. Certamente, será um dos espaços mais bonitos de Minas e queremos que seja conhecido como a casa das luzes”, diz Fabiano Prata.
Galopeira
Av. Tereza Cristina, 175, Prado, (31) 2514-0007 e 2517-7300
Capacidade – 2,6 mil pessoas
Fundação – janeiro de 2012
Faixa etária – todas as idades, sendo que aos sábados predominam os jovens
Música – sertanejo, pagode, funk e pop
Estacionamento – 600 carros
Saídas de emergência – cinco
Área – 2,4 mil metros quadrados
Próximas atrações – Naldo, 29/11; padre Fábio de Melo, 19/12; Belo e Leonardo, janeiro de 2014
Maiores públicos – Belo e Michel Teló, com lotação máxima
Bailão Venda Nova
Av. Elias Antônio Issa, 115, Venda Nova, (31) 3485-2000 e 3451-2233
Capacidade – 5 mil pessoas
Fundação – 1992, no Bairro Santa Inês. Desde 2001 funciona em Venda Nova
Faixa etária – dos 18 aos 60 anos
Música – sertanejo predomina, mas recebe shows de outros estilos
Estacionamento – 150 carros
Área – 3,4 mil metros quadradosSaídas de emergência – cinco
Próximas atrações – Pixote, 29/11; Eduardo Costa e Amado Batista, 2014 (ainda sem data definida)
Maiores públicos – Exaltasamba (2006) e Grupo Djavú (2010), com lotação máxima