saiba mais
-
Carioca John Neschling se apresenta com a Orquestra Filarmônica nesta quinta
-
Backstreet Boys lançam clipe simples para a faixa 'Show 'Em (What You're Made Of)'
-
Pianista Antônio Adolfo recria a obra de Ernesto Nazareth
-
Melhor cover do Creedence por três anos seguidos faz show na Feira do Mineirinho
-
Bruce Springsteen lançará novo álbum em janeiro
-
Projeto mostra como estariam hoje astros do rock já falecidos
-
Cachaçaria Alambique comemora seu 23º aniversário ao som de Lucas Lucco
-
Violão folk é inspiração para novo álbum de Affonsinho
-
Grupos vocais brasileiros se dedicam ao canto 'a cappella' e adotam novo estilo
Fábrica de hits
Seguindo na direção oposta das bandas de rock de sua geração, então às voltas com “discos conceituais” e pretensiosas experimentações com o jazz e a música clássica, o Creedence Clearwater Revival nunca deixou de privilegiar a simplicidade fundamental que um dia deu vida ao rock. Se pela autoria do também líder, vocalista e guitarrista John Fogerty surgiram algumas das músicas que melhor encapsularam o espírito contestador e inconformista dos anos 1960-1970, ao mesmo tempo suas canções pareciam obedecer a uma fórmula espartana em que riffs, acordes e melodias eram usados de forma simplesmente devastadora.
Imortalizadas em compactos de vinil que, em raras ocasiões, romperam a marca dos 3 minutos de duração, 'Proud Mary', 'Green River', 'Bad moon rising', 'Who’ll stop the rain', 'Up around the bend', 'Down on the corner' e outras tantas obras-primas também se mostraram providenciais ao reabilitar a urgência e a crueza de gêneros esquecidos como o blues, o country, a soul music e o rock’n’roll dos anos 1950. Tudo pespontado por licks, vibratos, riffs encharcados em fuzz e outros efeitos providos pelo guitar-hero John Fogerty. “Acho que Eddie Cochran ou Buddy Holly ainda estivessem vivos eu estaria tentando entrar para suas bandas de apoio”, era como o próprio costumava resumir sua paixão pelo rock’n’roll.
Banda favorita dos soldados norte-americanos que lutaram na Guerra do Vietnã no alvorecer da década de 1970, o Creedence foi a única formação ianque a fazer frente àquela avalanche inglesa chamada Led Zeppelin. E se por um lado o grupo teve o prazer de ouvir suas músicas regravadas por muitos ídolos (Ike & Tina Turner, Solomon Burke, Wilson Pickett, Elvis Presley), as releituras que o Creedence proveu para sucessos alheios ('I put a spell on you', de Screamin’ Jay Hawkins; 'Suzie-Q', de Dale Hawkins; 'I heard it through the grapevine', de Marvin Gaye; 'Before you accuse me', de Bo Diddley) ganharam arranjos tão ousados e singulares que acabaram por se tornar definitivas em tais interpretações, a ponto de se igualar ou – por que não? – superar os originais.
Fazendo jus a esta saga, os dois primeiros CDs da caixa 'The ultimate collection' não deixaram de fora deles nenhum dos hits lançados oficialmente em compacto pelo Creedence, entre setembro de 1968 e abril de 1972. Privilegiados merecidamente pelos produtores Chris Clough e Nick Philllips, os álbuns Green River e Cosmo’s factory só tiveram excluídas da seleção duas de suas faixas. E se a omissão de coisas como 'Ramble tamble', 'Effigy', 'Ninety nine & a half (Won’t do)', 'Sinister purpose' ou 'Ooby dooby' deixar algum fã da banda mais inconformado, vale lembrar que o terceiro CD da coletânea – ocupado somente por faixas gravadas ao vivo – traz raridades do quilate de 'Suzie Q', com quase 12 minutos de extensão em registro imaculado no auditório do Fillmore, West, de San Francisco, em 12 de março de 1969.