As canções são todas criações coletivas, misturando ritmos de várias culturas. Por isso, observa Galindo, pode ser abrigado no conceito world music. “É música popular mais dançante, alegre e jovial, com letras que tratam de problemas da América Latina, com raiz universal”, acrescenta. 'Consciência latina', por exemplo, fala de um lugar com muitas culturas e o desconhecimento da origem delas. 'La negra tierra', por sua vez, é “canto de irmandade” sobre não agredir o lugar em que se vive – “a Terra, a cidade, o bairro”. 'Abarrotados' é tanto sobre “um coração cheio de mágoas” quanto sobre excesso de informação. “E o mais importante não é o acesso a ela, mas capacidade de entender o que é e o que não é relevante”, completa Galindo.
A articulação de diversos ritmos vem também da diversidade de origem dos integrantes da banda. “A influência cubana é forte, mas sem esquecer outras referências”, explica Galindo. “É tudo misturado ao mesmo tempo agora.” Acrescentem-se os cuidados com os arranjos, inclusive vocais. Com tudo isso, não tem sido simples manter uma banda numerosa, reconhece Javier Galindo, um dos cantores, ao lado de Dadier Aguilera e Rosa Villanial, mais Emiliano Garcia, Natália Coimbra e Gilberto Júnior nos metais; Julio Pouxo, Braúlio Mangualde e Rafael Leite na percussão; Gilles Villeneuve no baixo, e Bruno Malaguti nos teclados. O que tem permitido a sobrevivência, conta, é um compromisso: “Toda segunda-feira tem ensaios com quantos instrumentistas puderem participar. Sem isso a banda já teria desaparecido”.
LA NEGRA TIERRA
Lançamento do disco da banda Unión Latina. Quarta-feira, às 21h. Teatro Alterosa (Av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta).Ingressos a R$ 25 e R$ 12,50 (meia-entrada). Informações: (31) 3237-6611.