Diretora-secretária da Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais (Socimpro) e do Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), além da causa negra e dos direitos autorais, Zezé Motta luta por várias outras. Aderiu recentemente, em Canela (RS), à campanha “Quero educação musical na escola”. Se o lado ativista da artista chama a atenção, por outro lado, ela conta que se tivesse que escolher entre o canto e a arte da representação, ficaria com o primeiro. “A música me dá mais liberdade. Com ela posso escolher o repertório, o músico que vai me acompanhar, o produtor, o diretor do show”, explica a intérprete fluminense que encerra a primeira edição do projeto Salve rainhas com apresentações sábado e domingo, na Funarte MG.
“Com a música fico mais livre, solta”, acrescenta Zezé, admitindo que demora mais para encontrar o tom de um personagem que o da música. “No caso da novela, por exemplo, às vezes só no meio do trabalho consigo encontrá-lo. Sofro mais como atriz”, revela, recordando-se do dia em que, em pleno Festival de Cannes, na França (estrelava o filme 'Quilombo', de Cacá Diegues), ela se pegou interrogando sobre a carreira artística.
“Tive taquicardia”, diverte-se Zezé Motta, que chegou a perguntar ao diretor por que eles estavam lá sofrendo. “Outro dia, perguntei a Marília Pêra se ela ainda fica nervosa quando entra em cena e ela me respondeu que também fica se interrogando por que faz isso. Com Eva Todor era a mesma coisa. Certa vez, fizemos uma corrente de oração para entrar em cena e a mão dela estava gelada”, recorda a cantora e atriz.
Privilégio
Em outra passagem, durante um show da campanha do câncer de mama, um músico teria lembrado a Zezé da responsabilidade da profissão, dizendo: “Olha que legal, o público veio mesmo com a chuva”. “Temos uma profissão muito louca. As pessoas saem de casa para nos assistir. Elas se programam, se produzem e, às vezes, ainda pagam para nos ver. Realmente, somos privilegiados”, ela reconhece.
Filha de pai professor de violão, ainda jovem Zezé Motta ganhou bolsa para curso do célebre Teatro Tablado, de Maria Clara Machado. Desde então, abraçou a profissão de atriz, mudando-se para São Paulo, onde participou da polêmica montagem de 'Roda viva', de Chico Buarque, em 1968. O musical, em cartaz no Teatro Galpão, de Ruth Escobar, foi perseguido pelo Comando de Caça aos Comunistas (CCC). “A música sempre esteve presente na minha vida, mas as duas carreiras começaram a correr paralelamente”, conta.
Crooner Durante a estada em São Paulo, por exemplo, Zezé resolveu “cantar na night”. Estreou como crooner das casas noturnas Balacbobaco e Telecoteco, em 1971. “Foi uma grande experiência, já que eu morria de medo do palco, achando que ia entrar fora do tom. A profissão de crooner é uma prova de fogo”, admite a cantora e atriz, cuja carreira fonográfica estreou em duo com Gerson Conrad (Secos & Molhados), em 1975. Três anos depois, ela estrearia carreira solo com o disco Zezé Motta, seguido de 'Negritude', de 1979. Já na década de 1980, a cantora lançaria os discos 'Dengo' (1980), 'Frágil força' (1985) e, ao lado de Paulo Moura, Djalma Correia e Jorge Degas, 'Quarteto negro' (1987). Os anos 1990 seriam marcados por 'A chave dos segredos' (1995), 'Divina saudade' (2000) e 'Negra melodia' (2011).
Em BH Acompanhada do violonista Zeppa Souza, em Belo Horizonte Zezé Motta promete resgatar sucessos como Dores de amores e 'Magrelinha', de Luiz Melodia, 'Prazer Zezé', de Rita Lee e Roberto de Carvalho, 'Crioula', de Moraes Moreira, 'Senhora liberdade', de Wilson Moreira e Nei Lopes, além de 'Alapalá', de Gilberto Gil.
Zezé Motta é a 20ª e última atração do projeto que lotou o teatrinho da Funarte durante 20 fins de semana. Passaram pelo palco Maria Creuza, Claudette Soares, Leny Andrade, Wanda Sá, Quarteto em Cy, Doris Monteiro, Amelinha, Titane, Maria Alcina, Claudia, Tetê Espíndola, Vânia Bastos, Rosemary, Eliana Pittman, Vanusa, Célia, Alaíde Costa, Jane Duboc e Babaya. No ano que vem, o projeto terá continuidade.
ZEZÉ MOTTA – PROJETO SALVE RAINHAS
Show sábado e domingo, às 19h. Funarte MG, Rua Januária, 68, Floresta. Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia), à venda uma hora antes do show. Lotação: 140 lugares. Informações: (31) 3213-3084.
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“Tive taquicardia”, diverte-se Zezé Motta, que chegou a perguntar ao diretor por que eles estavam lá sofrendo. “Outro dia, perguntei a Marília Pêra se ela ainda fica nervosa quando entra em cena e ela me respondeu que também fica se interrogando por que faz isso. Com Eva Todor era a mesma coisa. Certa vez, fizemos uma corrente de oração para entrar em cena e a mão dela estava gelada”, recorda a cantora e atriz.
Privilégio
Em outra passagem, durante um show da campanha do câncer de mama, um músico teria lembrado a Zezé da responsabilidade da profissão, dizendo: “Olha que legal, o público veio mesmo com a chuva”. “Temos uma profissão muito louca. As pessoas saem de casa para nos assistir. Elas se programam, se produzem e, às vezes, ainda pagam para nos ver. Realmente, somos privilegiados”, ela reconhece.
Filha de pai professor de violão, ainda jovem Zezé Motta ganhou bolsa para curso do célebre Teatro Tablado, de Maria Clara Machado. Desde então, abraçou a profissão de atriz, mudando-se para São Paulo, onde participou da polêmica montagem de 'Roda viva', de Chico Buarque, em 1968. O musical, em cartaz no Teatro Galpão, de Ruth Escobar, foi perseguido pelo Comando de Caça aos Comunistas (CCC). “A música sempre esteve presente na minha vida, mas as duas carreiras começaram a correr paralelamente”, conta.
Crooner Durante a estada em São Paulo, por exemplo, Zezé resolveu “cantar na night”. Estreou como crooner das casas noturnas Balacbobaco e Telecoteco, em 1971. “Foi uma grande experiência, já que eu morria de medo do palco, achando que ia entrar fora do tom. A profissão de crooner é uma prova de fogo”, admite a cantora e atriz, cuja carreira fonográfica estreou em duo com Gerson Conrad (Secos & Molhados), em 1975. Três anos depois, ela estrearia carreira solo com o disco Zezé Motta, seguido de 'Negritude', de 1979. Já na década de 1980, a cantora lançaria os discos 'Dengo' (1980), 'Frágil força' (1985) e, ao lado de Paulo Moura, Djalma Correia e Jorge Degas, 'Quarteto negro' (1987). Os anos 1990 seriam marcados por 'A chave dos segredos' (1995), 'Divina saudade' (2000) e 'Negra melodia' (2011).
Em BH Acompanhada do violonista Zeppa Souza, em Belo Horizonte Zezé Motta promete resgatar sucessos como Dores de amores e 'Magrelinha', de Luiz Melodia, 'Prazer Zezé', de Rita Lee e Roberto de Carvalho, 'Crioula', de Moraes Moreira, 'Senhora liberdade', de Wilson Moreira e Nei Lopes, além de 'Alapalá', de Gilberto Gil.
Zezé Motta é a 20ª e última atração do projeto que lotou o teatrinho da Funarte durante 20 fins de semana. Passaram pelo palco Maria Creuza, Claudette Soares, Leny Andrade, Wanda Sá, Quarteto em Cy, Doris Monteiro, Amelinha, Titane, Maria Alcina, Claudia, Tetê Espíndola, Vânia Bastos, Rosemary, Eliana Pittman, Vanusa, Célia, Alaíde Costa, Jane Duboc e Babaya. No ano que vem, o projeto terá continuidade.
ZEZÉ MOTTA – PROJETO SALVE RAINHAS
Show sábado e domingo, às 19h. Funarte MG, Rua Januária, 68, Floresta. Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia), à venda uma hora antes do show. Lotação: 140 lugares. Informações: (31) 3213-3084.