Gravação que vem consolidar de forma admirável os 20 anos de carreira do Uganga, 'Eurocaos ao vivo' ganhou uma arte gráfica extremamente bem cuidada. A apresentação em slip case de luxo merece destaque à parte, ainda mais quando verificamos a natureza independente do CD. No belíssimo e elucidativo encarte, foram incluídas fotos dos shows, detalhes técnicos, um improvisado “diário de bordo” e a relação completa das datas, cidades e palcos em que ocorreram os 18 shows. Vale ainda destacar a qualidade sônica das releituras para 'Fronteiras da tolerância', 'Troops of doom', 'Asas negras', '3XC' e 'Kaly Yuga' – canções há tempos alçadas a um status totêmico no repertório ao vivo do sempre ascendente Uganga.
Na estrada
Também com 20 anos de estrada e igualmente investindo suas fichas no mercado europeu desde 2009, a banda paulista Hellish War arrancou elogios de blogs, revistas e sites especializados gringos a partir da edição internacional do seu segundo e hoje antológico CD 'Heroes of tomorrow'. Naquela ocasião, a gravação acabou por engendrar oito concertos na Bélgica, Alemanha e Suíça, além da escalação em eventos coletivos como o concorrido Sword Brothers Festival, realizado anualmente há mais de uma década nas cercanias da cidade alemã de Andernach.
Uma escalada transcontinental que agora vem elevar a banda de Campinas a um inédito patamar via Keep it Hellish. Impregnado no assim chamado true metal – no caso, uma bem-urdida fusão de variantes do rock pesado antecipadas no início da década de 1980 como o speed, o thrash e o power-metal – e vertido em estado bruto, sem adereços ou overdubs, o quarto trabalho do Hellish War soa como uma retomada do estilo associado a Iron Maiden, Running Wild, Accept, Manowar e Grave Digger. Virtuosismo instrumental e entrega animal que irrompem nas aclimatações épicas que cercaram coisas intimidantes como Fire and killing, Darkness ride e The quest. Em resumo, um disco fidedigno aos parâmetros iniciais estabelecidos nos primórdios do heavy metal.