No auge da produção, entre o fim dos anos 1990 e o início dos 2000, a parceria entre o cantor Sérgio Santos e o letrista Paulo César Pinheiro atingia de três a quatro composições por semana. Hoje, ao chegar à marca da suavidade, ela comemora duas décadas de muito trabalho com o lançamento de Rimanceiro, disco cujo batismo, não por acaso, se apropria da palavra inventada pelo escritor Guimarães Rosa para revelar uma instigante criação.
Desde a primeira composição (Onça pintada, de 1992, gravada somente este ano) até a mais recente (a inédita Voz da noite, voz do dia), o elo entre o cantor mineiro e o letrista carioca é a temática do Brasil profundo, a mesma do escritor mineiro Guimarães Rosa. Há uma década a parceria resultou no mais aclamado disco de Sérgio Santos, Áfrico, em que os dois exploram a cultura afrobrasileira, outro mote forte do trabalho de Sérgio e Paulo César.
“Depois de Voz da noite, voz do dia, já fizemos um tanto de músicas”, informa com bom humor Sérgio Santos, que contabiliza mais de 250 composições feitas ao lado do parceiro carioca. “Uma coisa que interfere muito na quantidade do nosso trabalho é o fato de tanto ele fazer letras para músicas minhas quanto eu fazer músicas para letras dele. Nem todo compositor tem essa capacidade”, reconhece o cantor mineiro, lembrando que os dois nunca fizeram algo juntos no momento de compor. A parceria, de acordo com o cantor, se dá principalmente por via telefônica, já que Paulo César Pinheiro é assumidamente resistente ao uso das novas tecnologias.
“O Paulo César é um cara que tem o pé fincado nas mais variadas raízes brasileiras”, repara Sérgio Santos, ao lembrar do trabalho desenvolvido pelo parceiro com gente como o pernambucano Lenine e o baiano Roque Ferreira, além do próprio berço carioca. “O fato de ter sido casado com Clara Nunes também o aproximou de Minas Gerais, a que ele já era ligado, por meio de Guimarães Rosa”, constata o cantor, lembrando que a parceria dele com o letrista carioca vai do samba à canção, passando por outros gêneros musicais.
No disco comemorativo dos 20 anos de parceria, ele resolveu privilegiar a porção roseana dos dois, além de regravar Kêkêrêkê e Ganga-Zumbi, do disco Áfrico. Das canções já registradas do repertório de Rimanceiro constam também Putirum, por Claudia Cunha, da Bahia; Coração do mato, pela paulista Simone Guimarães; e Bandeira, pela paulistana Tatiana Parra. Para ampliar a divulgação do novo trabalho, Sérgio Santos e a fotógrafa Myriam Vilas Boas providenciaram um vídeo de 16 minutos de duração, veiculado pelo YouTube.
Graças ao canal, o recolhido Paulo César Pinheiro lembra que aos 16 anos ele compôs Sagarana, com João de Aquino, salientando que determinadas temáticas perseguem os compositores até eles darem o círculo por terminado. “A gente recebe caboclos: um a cada momento”, justifica o letrista, admitindo que volta e meia ele retorna ao mesmo tema, salientando que Rimanceiro é um nítido exemplo disso. Como não lida muito bem com computador, Paulo César Pinheiro ainda prefere trabalhar com fitas cassete.
“Muitas vezes, passo a melodia do CD para fita para ele ouvir”, revela Sérgio Santos que, paralelamente ao parceiro mais constante, desenvolve trabalho com letristas como Murilo Antunes e Tadeu Franco, além de Fernando Brant e Márcio Borges, com menor frequência. Os instrumentistas André Mehmari e Chico Pinheiro, com os quais gravou o disco Triz, também mantêm parceria com o cantor mineiro. Gravado apenas com voz e dois violões (Sílvio Damico, além do de Sérgio), Rimanceiro tem produção assinada por Gabriel Pinheiro.
• Canções de Rimanceiro
1 – Aço e seda
2 – Cabeça chata
3 – Bandeira
4 – Coração do mato
5 – Canto da água
6 – Ganga-Zumbi
7 – Rimanceiro
8 – Jagunço
9 – Kêkêrêkê
10 – Putirum
11 – Onça pintada
12 – Voz da noite, voz do dia
13 – Quatro estrelas
14 – Vidência
Desde a primeira composição (Onça pintada, de 1992, gravada somente este ano) até a mais recente (a inédita Voz da noite, voz do dia), o elo entre o cantor mineiro e o letrista carioca é a temática do Brasil profundo, a mesma do escritor mineiro Guimarães Rosa. Há uma década a parceria resultou no mais aclamado disco de Sérgio Santos, Áfrico, em que os dois exploram a cultura afrobrasileira, outro mote forte do trabalho de Sérgio e Paulo César.
“Depois de Voz da noite, voz do dia, já fizemos um tanto de músicas”, informa com bom humor Sérgio Santos, que contabiliza mais de 250 composições feitas ao lado do parceiro carioca. “Uma coisa que interfere muito na quantidade do nosso trabalho é o fato de tanto ele fazer letras para músicas minhas quanto eu fazer músicas para letras dele. Nem todo compositor tem essa capacidade”, reconhece o cantor mineiro, lembrando que os dois nunca fizeram algo juntos no momento de compor. A parceria, de acordo com o cantor, se dá principalmente por via telefônica, já que Paulo César Pinheiro é assumidamente resistente ao uso das novas tecnologias.
“O Paulo César é um cara que tem o pé fincado nas mais variadas raízes brasileiras”, repara Sérgio Santos, ao lembrar do trabalho desenvolvido pelo parceiro com gente como o pernambucano Lenine e o baiano Roque Ferreira, além do próprio berço carioca. “O fato de ter sido casado com Clara Nunes também o aproximou de Minas Gerais, a que ele já era ligado, por meio de Guimarães Rosa”, constata o cantor, lembrando que a parceria dele com o letrista carioca vai do samba à canção, passando por outros gêneros musicais.
No disco comemorativo dos 20 anos de parceria, ele resolveu privilegiar a porção roseana dos dois, além de regravar Kêkêrêkê e Ganga-Zumbi, do disco Áfrico. Das canções já registradas do repertório de Rimanceiro constam também Putirum, por Claudia Cunha, da Bahia; Coração do mato, pela paulista Simone Guimarães; e Bandeira, pela paulistana Tatiana Parra. Para ampliar a divulgação do novo trabalho, Sérgio Santos e a fotógrafa Myriam Vilas Boas providenciaram um vídeo de 16 minutos de duração, veiculado pelo YouTube.
Graças ao canal, o recolhido Paulo César Pinheiro lembra que aos 16 anos ele compôs Sagarana, com João de Aquino, salientando que determinadas temáticas perseguem os compositores até eles darem o círculo por terminado. “A gente recebe caboclos: um a cada momento”, justifica o letrista, admitindo que volta e meia ele retorna ao mesmo tema, salientando que Rimanceiro é um nítido exemplo disso. Como não lida muito bem com computador, Paulo César Pinheiro ainda prefere trabalhar com fitas cassete.
“Muitas vezes, passo a melodia do CD para fita para ele ouvir”, revela Sérgio Santos que, paralelamente ao parceiro mais constante, desenvolve trabalho com letristas como Murilo Antunes e Tadeu Franco, além de Fernando Brant e Márcio Borges, com menor frequência. Os instrumentistas André Mehmari e Chico Pinheiro, com os quais gravou o disco Triz, também mantêm parceria com o cantor mineiro. Gravado apenas com voz e dois violões (Sílvio Damico, além do de Sérgio), Rimanceiro tem produção assinada por Gabriel Pinheiro.
• Canções de Rimanceiro
1 – Aço e seda
2 – Cabeça chata
3 – Bandeira
4 – Coração do mato
5 – Canto da água
6 – Ganga-Zumbi
7 – Rimanceiro
8 – Jagunço
9 – Kêkêrêkê
10 – Putirum
11 – Onça pintada
12 – Voz da noite, voz do dia
13 – Quatro estrelas
14 – Vidência