Nada mais oportuno e natural, para quem estreou carreira fonográfica em 1995, sob as bênçãos dos afrossambas da parceria com Baden Powell, do que cantar Vinicius de Moraes no centenário dele. Atração do Grande Teatro do Sesc Palladium, Monica Salmaso faz show em BH em homenagem ao Poetinha, cantando desde a criação solitária do músico à coletiva, feita com parceiros importantes como Tom Jobim e Toquinho, além do já citado Baden, que formavam a chamada Santíssima Trindade.
O espetáculo surgiu originalmente em Belo Horizonte, no ano passado, quando a intérprete paulistana foi convidada a cantar Vinicius com duas ressalvas: deixar de lado os afrossambas e evitar a parceria dele com Jobim, sob o argumento de que tanto Baden quanto Jobim já haviam sido abordados no projeto. Resultado: Monica mergulhou no amplo universo musical de Vinicius. E percebeu que o compositor carioca “morava em casa”, já que conhecia o repertório dele desde a infância, por meio dos pais.
Acompanhada pelo marido, Teco Cardoso (sax e flauta), e pelo maestro e pianista Nelson Ayres, Monica Salmaso mostra desde as músicas da parceria do Poetinha com Carlos Lyra às canções que ele compôs sozinho, passando por surpresas que ela nem sequer conhecia, como a letra do clássico Odeon, de Ernesto Nazareth, com a assinatura de Vinicius.
“Devido às limitações impostas na época, corri atrás e acabei fazendo passeio divertido pela obra de Vinicius de Moraes”, confessa Monica, hoje livre das imposições que a afastaram dos consagrados afrossambas, já gravados por ela em disco clássico, em companhia do violonista Paulo Bellinati. Como o registro histórico foi feito à base de voz e violão, no novo show ela evita canções inspiradas na tradição afrobrasileira, sob o argumento de que não é, agora, a linguagem a que está acostumada.
Caminhos
Na opinião de Monica Salmaso, Vinicius de Moraes abre vários caminhos para que o ouvinte penetre em seu amplo e rico universo musical. “De um lado, há a intensidade com que ele viveu e escreveu as dores e amores, hoje tão fora de moda. Não se pode mais sofrer, amar”, lamenta, ao propor o bombardeamento da assepsia atual. Por outro lado, Vinicius fez, segundo acredita, uma obra inteligente, boa de cantar, porque é muito benfeita. “Quem mexe com canção fica feliz de encontrá-las estruturalmente tão boas”, elogia.
“Além do que fez e escreveu, Vinicius foi agregador. Ele juntava as pessoas em torno da música. Foi responsável por um momento da música brasileira em que os parceiros se juntavam. Havia o convívio de um grupo grande de autores, que Vinicius promovia”, ela reconhece, admitindo que isso fez com que uma geração fizesse uma música melhor.
MONICA SALMASO CANTA VINICIUS DE MORAES
Show nesta quinta-feira, às 21h. Grande Teatro do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: R$ 10 + 1kg de alimento. Informações: (31) 3214-5350.
O espetáculo surgiu originalmente em Belo Horizonte, no ano passado, quando a intérprete paulistana foi convidada a cantar Vinicius com duas ressalvas: deixar de lado os afrossambas e evitar a parceria dele com Jobim, sob o argumento de que tanto Baden quanto Jobim já haviam sido abordados no projeto. Resultado: Monica mergulhou no amplo universo musical de Vinicius. E percebeu que o compositor carioca “morava em casa”, já que conhecia o repertório dele desde a infância, por meio dos pais.
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“Devido às limitações impostas na época, corri atrás e acabei fazendo passeio divertido pela obra de Vinicius de Moraes”, confessa Monica, hoje livre das imposições que a afastaram dos consagrados afrossambas, já gravados por ela em disco clássico, em companhia do violonista Paulo Bellinati. Como o registro histórico foi feito à base de voz e violão, no novo show ela evita canções inspiradas na tradição afrobrasileira, sob o argumento de que não é, agora, a linguagem a que está acostumada.
Caminhos
Na opinião de Monica Salmaso, Vinicius de Moraes abre vários caminhos para que o ouvinte penetre em seu amplo e rico universo musical. “De um lado, há a intensidade com que ele viveu e escreveu as dores e amores, hoje tão fora de moda. Não se pode mais sofrer, amar”, lamenta, ao propor o bombardeamento da assepsia atual. Por outro lado, Vinicius fez, segundo acredita, uma obra inteligente, boa de cantar, porque é muito benfeita. “Quem mexe com canção fica feliz de encontrá-las estruturalmente tão boas”, elogia.
“Além do que fez e escreveu, Vinicius foi agregador. Ele juntava as pessoas em torno da música. Foi responsável por um momento da música brasileira em que os parceiros se juntavam. Havia o convívio de um grupo grande de autores, que Vinicius promovia”, ela reconhece, admitindo que isso fez com que uma geração fizesse uma música melhor.
MONICA SALMASO CANTA VINICIUS DE MORAES
Show nesta quinta-feira, às 21h. Grande Teatro do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: R$ 10 + 1kg de alimento. Informações: (31) 3214-5350.