Os camisas pretas tomaram conta da esplanada do Mineirão na noite de terça-feira, 15, para testemunhar um evento que vai entrar para a história dos mineiros fãs de heavy metal – a vinda do Black Sabbath a Belo Horizonte. Definida de última hora, a chegada de Tony Iommi, Geezer Butler e Ozzy Osbourne à capital das Minas Gerais veio salvar os metaleiros que não puderam acompanhar os shows do Sabbath em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
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Os nostálgicos que sentiram falta de Bill Ward, baterista da formação original que ficou de fora tanto de '13' quanto da turnê do Sabbath, tiveram como consolo a excelente performance de Tommy Clufetos nas baquetas. O músico e parceiro de Ozzy em sua banda solo acompanha a energia do trio de metaleiros e repete a receita apresentada nas outras capitais, com batidas pesadas para cabeludo nenhum botar defeito.
Veja show de abertura do Megadeth
Responsável por abrir as apresentações do Sabbath no Brasil, Dave Mustaine e seu Megadeth não fizeram feio e, apesar do tempo curto, prepararam os batedores de cabeça para a pauleira que se seguiria com sucessos das décadas de 80 e 90 como ‘Hangar 18’, ‘Wake up the dead’ e ‘In my darkest hour’. Acompanhada por quatro telões de alta definição, a banda proporcionou um verdadeiro festim para os olhos, com animações customizadas para cada faixa. Para a infelicidade dos fãs, se fez valer a máxima de que, tudo o que é bom, dura pouco.
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Camisas pretas invadem a esplanada do Mineirão; veja as fotos!
Às 21h em ponto, a sirene de ‘War pigs’ anunciou a pontualidade britânica de Ozzy e companhia – que fizeram bonito e subiram no palco com quinze minutos de antecedência. O repertório também foi cravado e repetiu o setlist das apresentações das outras capitais, do início ao bis duplo, encerrado por ‘Children of the grave’ e ‘Paranoid’. Até o texto foi o mesmo, com a negociação entre Ozzy e seus fãs – “Vamos tocar uma só, mas se vocês forem extra loucos, tocaremos mais!” gritou o roqueiro, seguindo o roteiro à risca.
Roteiro este que não arrefeceu a antecipação dos fãs, que gritavam o nome do Sabbath e seus integrantes ao início de cada música. Nos palcos, o entusiasmo da plateia era respondido na mesma moeda por Tony, Geezer e Ozzy – claro, cada qual à sua maneira. O guitarrista e baixista mostravam seus talentos em solos impecáveis, Ozzy dava seus tradicionais pulinhos, gargalhava e, apesar de nunca se afastar muito do pedestal, corria pelo palco. Aos 64 anos, o Senhor das Trevas mostrou que ainda tem muita energia para gastar e, apesar de mais sóbrio, não abandonou o jeitão malucão dos primórdios do Sabbath.
Entre ‘War pigs’, ‘Snowblind’, ‘Iron man’ e ‘N.I.B’, foram dezesseis petardos e uma verdadeira lição sobre a história do metal pesado – das mãos de ninguém menos que três de seus mais célebres fundadores.
Já nas últimas canções, Ozzy ousou tentar os fãs mineiros com a perspectiva de mais shows no futuro. "Vocês estão se divertindo? Deviamos voltar uma outra vez para outro show?" brinca o vocalista, nos primeiros acordes de ‘Dirty women’. Como um retorno do Sabbath ao Brasil é improvável, resta aos fãs sonhar com a promessa e carregar consigo as duas horas do 15 de outubro - quando o Senhor das Trevas, Tommy Iommi e Geezer Butler fizeram da esplanada do Mineirão o templo do Metal.
Confira as faixas do show do Black Sabbath em BH:
War pigs
Into the void
Under the sun
Snowblind
Age of Reason
Black Sabbath
Behind the wall of sleep
N.I.B
End of the beginning
Fairies wear boots
Rat salad / Solo de bateria
Iron man
God is dead?
Dirty women
Bis:
Children of the grave
Paranoid