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Som de guitarras atrai público no Santa TerezaOzzy Osbourne comemora o retorno do Black Sabbath aos palcosEduardo Araújo vem a BH para lançar sua autobiografia Placebo abusa de riffs nervosos e sedução de uma imagem andróginaEm cima do muro “A gente vê Iron Maiden, Bon Jovi e Bruce Springsteen e aí entram os brasileiros. Mas isto é rock? Ivete Sangalo?”, pergunta-se. “Eu gosto muito das bandas mineiras, mas elas são muito em cima do muro. Não assumem o papel de roqueiro”, acusa, criticando Skank e Jota Quest, que participaram do festival.
“Por isso gosto do Marcelo Nova. E Raul Seixas também, que era roqueiro mesmo, não MPB. MPB para mim é Chico Buarque, Luiz Gonzaga, Dominguinhos”, continua Eduardo Araújo, que prepara também um novo CD e uma biografia a quatro mãos com o jornalista Okky de Souza ('Pelos caminhos do rock'), narrando sua trajetória musical.
“Falta ao rock brasileiro identidade com o público”, afirma o artista, lembrando que no país todo roqueiro acaba se tornando MPB. “Isso desestimula. Cada dia que passa perdemos espaço”, lamenta-se. Viúvo da também mineira Sylvinha Araújo (1951–2008), com quem teve dois filhos, depois de um período de afastamento com a morte da mulher, Eduardo Araújo retoma a carreira. “Quero voltar a abrir portas como sempre fiz.”
Enquanto a filha Mônica dedica-se à axé music com a banda Kizumbau, o filho Eduardo Luki trocou a música pela publicidade. Proprietário do selo Number One Music, durante algum tempo Eduardo Araújo chegou a empresariar artistas como Victor & Leo e Paula Fernandes. O mais recente lançamento foi a coletânea 'A aventura não termina'.
Eduardo conta que tinha 16 anos quando se mudou para o Rio de Janeiro e se apresentou no programa 'Hoje é dia de rock', de Jair Taumaturgo. O disco de estreia, um compacto, lançou o sucesso 'O garoto do rock', entrou para o Clube do Rock, de Carlos Imperial, ao lado de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Tim Maia, Wilson Simonal e Rosemary, e foi contratado pela TV Excelsior, de São Paulo, comandando o programa 'O bom', concorrente direto de Jovem Guarda, de Roberto Carlos, e 'O pequeno mundo', de Ronnie Von, ambos da Record.
Além de 'O bom', Eduardo Araújo fez sucesso com 'Vem quente que eu estou fervendo', gravada anteriormente por Erasmo Carlos. Já no fim dos anos 1960, ele gravou o primeiro disco de soul do Brasil: 'A onda é boogaloo'. “A Jovem Guarda nunca foi um movimento, mas um programa de TV de Roberto Carlos e sua turma”, diz, recusando-se a ser apontado como um ídolo da Jovem Guarda.