'De lá até aqui', seu terceiro álbum, é um espelho disso. Novamente sob o comando do produtor Carlos Eduardo Miranda, o grupo não busca reinventar a roda. Assinando em conjunto as 14 faixas, produziu um álbum com quase uma hora de duração (o que é muito para os parcos padrões atuais). Nas canções, reafirma uma sonoridade que, mesmo flertando com diferentes gêneros, fica entre o pop e o indie-rock. Há algumas com vocação para hino, ainda mais num cenário carente de bandas que causem grandes comoções.
Vejo em teu olhar tem refrão épico – “O sol nasce em plena noite escura/ tinge o quarto de outra cor/ seu calor provoca a minha cura/ luz da aurora/ meu amor” –, daqueles que vão funcionar perfeitamente no palco; 'Sem fim' é uma canção amorosa, com levada quase preguiçosa e um leve acento de blues; 'Saionara' é puro dance-rock, como dita a cartilha atual, e com uma letra bem sacada; 'Não chora' é um dos raros momentos mais intimistas, balada que enfatiza o vozeirão poderoso de André Gonzales; a solar Longe é um lugar enfatiza os metais, resultando numa das faixas mais funkeadas do álbum. Por fim, 'Amanhã acorda cedo' se aproxima do Los Hermanos da fase 'Venturas', banda que de certa forma tem nos brasilienses um de seus maiores herdeiros.