“Comecei a fotografar, apresentar o programa de TV Zoombido (Canal Brasil) e me aventuro, mais recentemente, na América do Sul”, enumera o cantor, encantado com o castelhano e assustado com o preconceito dos que voltam as costas para a região, por causa de rixa futebolística e novela mexicana. “Fiquei com um sentimento de constrangimento incrível ao chegar a países da América do Sul (caso de Argentina e Uruguai) e ser recebido com carinho enorme”, recorda Moska.
Além de shows, Moska já organizou dois festivais de música com a participação de artistas de todo o continente: Mercosul Musical, em 2008, e Soy Loco por Ti, America, em 2011. A proposta foi juntar, em duos, artistas brasileiros, como Arnaldo Antunes, Paula Toller e Vítor Ramil, com sul-americanos, como Jorge Drexler, Kevin Johansen e Pedro Aznar.
Atualmente, além da Patagônia, ele cativa amigos no Chile e na Colômbia, preparando-se para uma primeira visita ao Peru. “Filhote do rádio”, como costuma se considerar, ele se recorda de que em casa, quatro irmãos, cada um ouvia algo diferente, entre rock progressivo e MPB, enquanto o pai curtia música clássica e a mãe MPB também.
“Era um festival de sons”, acrescenta, lembrando ainda que a canção popular (Wando, Amado Batista e Odir José) reinava na área de serviços da casa. “A mistura disso resultou na canção do rádio”, acredita Moska, que diz ter sido acostumado à quentura do rádio ao vivo. “Lembro-me de pegar o dicionário para ver o significado de odara, que o baiano Caetano Veloso teria libertado com a música homônima. “A canção me libertou os sentidos”, diz ele, cujo objetivo principal com a música é se comunicar com o público. “Que ele receba uma coisa bonita. A arte tem essa função”, reconhece o músico, adepto da simplicidade. “Quero chegar a um número grande de pessoas pela qualidade do sentimento”, avisa Moska, preocupado em melhorar sua percepção da vida. “Então, quando penso em um DVD que vai misturar linguagens, me preocupo em como transcender, como, em vez de um show, fazer um filme”, justifica o resultado, às vezes surpreendente, de Muito pouco para todos, em que ele criou, no palco do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, um verdadeiro filme-colagem, uma série de videoclipes cuja amarração dramática é feita pelos versos e climas das próprias canções. O cerne do roteiro é o amor, em seus vários estados.
Clássicos como Último dia (1995), A seta e o alvo (1997), Um móbile no furacão (1999), Tudo novo de novo e Pensando em você (2003) estão no CD/DVD, que conta também com Semicoisas e O tom do amor, entre outras criações do cantor. O argentino Kevin Johansen é o convidado nas canções Waiting for the sun to shine e Oh my love, my love, além de A idade do céu. Com roteiro do próprio Moska e Pablo Casacurta, o DVD é uma realização conjunta da produtora do artista com o Canal Brasil.