Ainda não é oficial, mas a volta do Madredeus a Ouro Preto em 2014, para cantar novamente no festival internacional de música Mimo, é a meta de Lu Araújo, organizadora do evento. “Já iniciei as conversas com o grupo para fazer um show ao ar livre. Seria uma forma de contemplar quem ficou de fora desta vez”, informa. Sexta-feira, o recital do conjunto português, dentro da Igreja de São Francisco de Assis, foi o ponto alto da segunda edição mineira do Mimo. Parte do público não conseguir entrar.
Por outro lado, Gilberto Gil, anunciado como a principal atração da noite de sábado, deixou a sensação de que houve alguma falha de comunicação. Na verdade, não era um show dele com a participação da Orquestra de Sopros da Pro Arte, como anunciado, mas o contrário. Cerca de 30 jovens instrumentistas subiram ao palco para homenageá-lo e o baiano só apareceu quase uma hora depois do início do show. Deu “um gás” na apresentação, prejudicada pela baixa qualidade do som. Felizmente, problema pontual.
Beleza
Ao longo de quatro dias, o Mimo se mostrou consolidado tanto nas apostas da programação quanto na receptividade do público. “Está sendo muito bom para a cidade. Ainda mais o Madredeus, aquela beleza toda dentro da igreja”, elogiou a aposentada Célia de Paula da Cunha.
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Lu Araújo diz que a edição mineira do Mimo dobrou de tamanho de um ano para o outro. Consciente de que o evento atrairia turistas para Ouro Preto, ela já esperava demanda maior que a oferta. Ou seja: na certa, problema para distribuir ingressos gratuitos.
O caso do Madredeus foi o mais emblemático: além das 200 pessoas dentro da Igreja de São Francisco de Assis, cerca de 1 mil acompanharam o concerto pelo telão, do lado de fora. “A qualidade da transmissão estava muito boa, o áudio também”, comentou o estudante Deivid Júnio, depois do show. “Vim especialmente para ouvi-los. Não consegui chegar a tempo de pegar um ingresso. Mas o que vi pelo telão já compensou”, garantiu o professor paulista Maurício Conforto.
As igrejas ouro-pretanas são menores que as de Olinda (PE), onde o Mimo nasceu, que podem receber até 800 pessoas. “Não quero privar Ouro Preto daquelas coisas importantes que só podem ser feitas na igreja. Sei que é chato para o público”, conclui Lu. A partir de hoje, a programação chega a Olinda (PE).
Som da Jordânia empolga a praça
Sinônimo de revitalização da música árabe, o jordaniano mistura jazz, blues e reggae a ritmos tradicionais de seu país. Inicialmente, o concerto estava marcado para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, mas foi transferido para a praça depois do sucesso do artista em Paraty (RJ), na abertura do Mimo. “É uma honra, pois foi um upgrade de interação com o público. O Brasil é um país generoso. Sentimos isso quando encontramos nossos colegas aqui. Estamos muito gratos”, concluiu.
*A repórter viajou a convite do Mimo