O organista Handel Cecilio, além da série desenvolvida na Igreja de Lourdes, em Belo Horizonte, uma vez por ano viaja para o Norte da Espanha, em Torrelavega, onde também se dedica a organizar um conjunto de recitais. Vez por outra, ainda se desdobra em eventos especiais, como a apresentação que fará hoje à noite, às 20h, na Igreja Batista da Renascença, com participação do trompetista Charles Amaral e da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, regida pelo maestro tenente Marco Aurélio Lacerda. A movimentação da qual faz parte ilustra o bom momento do instrumento.
No Brasil há outros contornos. A tradição por aqui seguiu forte na então capital Rio de Janeiro até que, no século 19, se perdeu. Um dos motivos foi a falta de manutenção dos instrumentos. “Vários se perderam pela deterioração. Em Minas, a decadência coincidiu com a queda da mineração.” A situação começou a mudar no século 20 no mundo inteiro, principalmente no pós-guerra. “Foi quando voltou a ser usado e as igrejas passaram a ter, pelo menos, um órgão.”
No Brasil, os órgãos ganharam concorrentes nas celebrações litúrgicas quando o Concílio Vaticano 2º permitiu que outros instrumentos fossem utilizados nas celebrações. “Em meados de 1960, diminuiu a importância dada aos órgãos e deu-se maior destaque a outros instrumentos e estilos musicais”, diz o especialista.
Hoje os tempos começam a mudar. O organista Handel Cecílio cita o exemplo de Belo Horizonte, onde têm aparecido sinais da recuperação com aumento das programações, inclusive com uso de órgãos eletrônicos. “É preferível um instrumento digital eletrônico a nenhum”, justifica. Para ele, o grande objetivo das ações que desenvolve tem sido criar público para o repertório organístico. “O concerto de hoje à noite é um exemplo. Nasceu da vontade de realizar um repertório juntamente com orquestra”, explica.
Órgão e Orquestra
Concerto nesta segunda-feira, às 20h com o organista Handel Cecílio e participações da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, regida pelo maestro tenente Marco Aurélio Lacerda, e do trompetista Charles Amaral.
Local: Igreja Batista da Renascença
Endereço: Rua Taquari, 96, Renascença
Entrada franca