O organista Handel Cecílio se apresenta hoje à noite na Igreja Batista da Renascença

O evento terá a participação da Orquestra da Polícia Militar de MG e do trompetista Charles Amaral

por Sérgio Rodrigo Reis 26/08/2013 07:40

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Basílio Gomerim/Divulgação
Handel Cecílio diz que a utilização do instrumento vem crescendo em Minas, tanto na liturgia como em recitais (foto: Basílio Gomerim/Divulgação)

O organista Handel Cecilio, além da série desenvolvida na Igreja de Lourdes, em Belo Horizonte, uma vez por ano viaja para o Norte da Espanha, em Torrelavega, onde também se dedica a organizar um conjunto de recitais. Vez por outra, ainda se desdobra em eventos especiais, como a apresentação que fará hoje à noite, às 20h, na Igreja Batista da Renascença, com participação do trompetista Charles Amaral e da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, regida pelo maestro tenente Marco Aurélio Lacerda. A movimentação da qual faz parte ilustra o bom momento do instrumento.

Com forte ligação com a liturgia, o órgão era, desde as origens, importante instrumento para acompanhamento do canto gregoriano. Com a reforma protestante, no século 16, ampliou os usos da maneira como é hoje. “Até então, para o gregoriano, eram necessários no máximo três registros. A partir daí, no final da Renascença e início do Barroco, começou um processo de ampliação do uso nas igrejas católica e protestante”, explica Handel.

No Brasil há outros contornos. A tradição por aqui seguiu forte na então capital Rio de Janeiro até que, no século 19, se perdeu. Um dos motivos foi a falta de manutenção dos instrumentos. “Vários se perderam pela deterioração. Em Minas, a decadência coincidiu com a queda da mineração.” A situação começou a mudar no século 20 no mundo inteiro, principalmente no pós-guerra. “Foi quando voltou a ser usado e as igrejas passaram a ter, pelo menos, um órgão.”

No Brasil, os órgãos ganharam concorrentes nas celebrações litúrgicas quando o Concílio Vaticano 2º permitiu que outros instrumentos fossem utilizados nas celebrações. “Em meados de 1960, diminuiu a importância dada aos órgãos e deu-se maior destaque a outros instrumentos e estilos musicais”, diz o especialista.

Hoje os tempos começam a mudar. O organista Handel Cecílio cita o exemplo de Belo Horizonte, onde têm aparecido sinais da recuperação com aumento das programações, inclusive com uso de órgãos eletrônicos. “É preferível um instrumento digital eletrônico a nenhum”, justifica. Para ele, o grande objetivo das ações que desenvolve tem sido criar público para o repertório organístico. “O concerto de hoje à noite é um exemplo. Nasceu da vontade de realizar um repertório juntamente com orquestra”, explica.

Órgão e Orquestra
Concerto nesta segunda-feira, às 20h com o organista Handel Cecílio e participações da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, regida pelo maestro tenente Marco Aurélio Lacerda, e do trompetista Charles Amaral.

Local: Igreja Batista da Renascença

Endereço: Rua Taquari, 96, Renascença

Entrada franca

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