Musica

Zizi Possi apresenta 'Tudo se transformou' em Belo Horizonte

Show acontece no sábado, no Palácio das Artes

Walter Sebastião

Zizi Possi curte com carinho as grandes plateias que atrai a seus shows. “Fico feliz. Dá sentido ao meu trabalho. Sinto que não estou trabalhando à toa, que estou bem e fazendo as coisas direito”, conta ela. E está mesmo. Quem nunca viu Zizi cantar não sabe o que está perdendo.


Aos poucos, a artista foi construindo uma das carreiras mais sólidas da MPB. Chega a ser difícil dizer se ela é melhor hoje, aos 57 anos, ou no passado. Zizi começou a chamar a atenção em 1978, ao gravar 'Pedaço de mim' num disco de Chico Buarque. Reinando sobre o tempo está a sua bela voz, depurada por interpretação sofisticada e, ao mesmo tempo, popular.

Tempo No próximo sábado, 24, ela traz à cidade o show Tudo se transformou. O nome alude ao samba antológico de Paulinho da Viola. “E também a momento meu”, explica Zizi. “O tempo vai passando e vamos vendo as coisas de outra maneira, elas vão ficando de outro jeito. Está tudo se transformando”, afirma. Exemplos: o aquecimento global faz descongelar os polos Norte e Sul, as pessoas se mobilizam para lutar por mais respeito aos animais. “Olhamos o planeta de forma diferente, sem que um reino se sinta superior ao outro. Acho isso muito bonito”, diz a cantora, atenta também “ao lado obtuso, cínico e corrupto do ser humano”.

Zizi Possi retoma a música depois de enfrentar problemas pessoais. Perdeu o pai e um irmão, venceu uma doença. O repertório do show traz inéditas – na voz dela – como Cacos de amor (Luíza Possi/ Dudu Falcão) e Sem você (Arnaldo Antunes/ Carlinhos Brown). Divulga uma nova autora: a gaúcha Neka Ayala, que assina No vento. De discos já lançados vieram Meu mundo e nada mais (Guilherme Arantes), Filho de Santa Maria (Itamar Assumpção/ Paulo Leminski), Com que roupa (Noel Rosa) e Corsário (João Bosco/Aldir Blanc).

“O momento é de celebração. O público deve cantar comigo”, convida Zizi. Acostumada ao respeito de seus fãs, que costumam ficar em silêncio ou acompanhá-la baixinho, ela informa: Tudo se transformou é um concerto. “Voz, iluminação, instrumentistas e com foco no repertório e na interpretação”, resume.

O maestro Jether Garotti Jr. (piano e clarineta), Keco Brandão (teclados), Rogério Delayon (violão e cordas) e Guello (percussão) acompanham a cantora.

Três perguntas para...
Zizi Possi
cantora

Quem te ensinou a cantar?
A vida. Nasci cantando. Estudei música e a única disciplina que não fiz foi canto. Existe o tal do dom, a afinidade da alma com alguma coisa. Cada um tem o seu, e a existência dele é a prova de que não somos todos iguais. A questão é descobri-lo, e isso depende de oportunidade, circunstância e ajuda.

Como você seleciona o repertório?
Não tenho compromisso com gravadoras, escolho com o coração. Cada música conta uma história: é uma emoção. Não gravo nomes, mas conteúdos que me emocionam. Se o público conhece ou não, isso não é o mais importante. É bom a plateia cantar com você e, também, quando te ouve com atenção.
 
Um bom cantor tem o poder de fazer a música ficar boa ou ruim?
Um artista tem o poder de fazer o que quiser. Mas se a música é ruim, nem Cristo melhora.


SHOW ZIZI POSSI - TUDO SE TRANSFORMOU
Data: Sábado, 24, às 21h.

Local: Palácio das Artes, Av. Afonso Pena 1.537, Centro,

Ingressos: Inteira: R$ 120 (plateia 1), R$ 100 (plateia 2) e R$ 80 (plateia superior).

Informações: (31)3236-7400.