Dupla americana 3OH!3 apresenta mistureba musical e ofensiva em 'Omens'

Disco lançado no início de 2013 beira o ridículo e parece piada de mau gosto

por Arthur G. Couto Duarte 19/08/2013 00:13

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Lucas Jackson/Reuters
Nathaniel Motte e Sean Foreman cometeram o quarto disco do 3OH!3 (foto: Lucas Jackson/Reuters)

Em 2013, a arrogância assumidamente idiota e as bravatas de má fama instantânea dos Beastie Boys reaparecem elevadas ao cubo nos atentados sônicos perpetrados pelo 3OH!3. Pronunciada de forma minimamente compreensível como “Three Oh! Three”, na verdade tal criptografada insígnia tem sido sustentada há quase uma década por Sean Foreman e Nathaniel Motte, dois ex-estudantes que se conheceram durante uma aula de física na Universidade de Boulder, no Colorado (EUA). Apesar da formação acadêmica, ambos optaram por enveredar pelo movediço terreno da paródia musical, vertendo desde então uma mistureba de hip-hop, trash, emo, heavy-metal, disco, screamo e punk que ganhou a pejorativa pecha de crunk-rock.

Hoje, as provocações misóginas que tanta polêmica criaram nos primórdios dos Beastie Boys mais parecem brincadeira de criança frente aos temas e letras assinados por 3OH!3. Ao adotar o lema “festeje até vomitar” e a psicopatia como estilo de vida, Foreman e Motte passaram a fazer uma espécie de remix daquilo que de mais baixo serviu de denominador comum à “arte” de energúmenos como Andrew W K, Kesha, Justin Timberlake, LMFAO, Vanilla Ice, Panic! At The Disco e Lil Jon.

Após cravar o álbum 'Streets of gold' no top ten da Billboard em 2010, 3OH!3 contra-atacou no início deste ano com 'Omens'. Apenas na primeira semana de lançamento, o quarto álbum da dupla vendeu mais de 5 mil cópias – um feito e tanto, se considerada sua natureza ofensiva e o cada vez mais fraco desempenho do mercado fonográfico tradicional. A dupla justapôs sua já barulhenta manipulação de técnicas analógicas e digitais de áudio com ataques ferinos – e, no mais das vezes, gratuitos – a personalidades como a cantora Adele, o físico tetraplégico Stephen Hawking, a dublê de modelo e socialite Kim Kardashian e até mesmo o falecido atleta olímpico Steve Prefontaine. Mesmo que assumidamente o duo não se leve a sério, sua premeditada “estupidez” algumas vezes beira o ridículo.

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