Leny conta que começou no erudito, tocando piano, e logo caiu no jazz. “É uma escola fantástica. Ensina a riqueza da melodia”, ressalta, lembrando que já são 52 anos de carreira e que já participou de mais de 300 festivais de jazz. “Uma honra para mim, uma artista que só canta em português”, destaca, revelando ser fã de carteirinha de Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Angela Maria, Dircinha Batista, Dolores Duran, Elza Laranjeira, Nora Ney e Isaurinha Garcia. “Ellen de Lima é outro amor, mas são todas mulheres elegantes, bem vestidas, chiques, cheirosas, cantando bonito composições que têm valor, não bobagenzinha.”
A cantora vai mais adiante. “A bossa nova é a filha consentida, aceita, pelo jazz. O jazz abre a porta para ela passar”, explica, observando que a música brasileira tem relações intensas com o gênero, em especial na melodia. “O ritmo é outra coisa”, completa, ao lembrar com eloquência a potência da produção nacional: “A qualidade de Johny Alf, Carlos Lira, Tom Jobim e Edu Lobo, entre outros, é enorme. Temos a melhor música popular do mundo, e quem diz isso são os maiores músicos. Hoje, em qualquer disco deles, tem pelo menos um toque da música brasileira”, observa, emendando com uma ácida consideração sobre o atual momento musical: “Como se pode cantar tanta besteira e ficar feliz? É possível ganhar dinheiro fazendo música comercial de bom gosto, não precisa ser m….”.
Em tempo: a cantora terminou de gravar, no último fim de semana, um disco dedicado exclusivamente a Ivan Lins. “No capricho, como tudo que faço”, avisa. O talk show faz parte do projeto Salve rainhas, que vai até o fim do ano. Informações no site salverainhas.com.br.