“Queremos chamar a atenção para a nossa África”, diz Lazão, o baterista da banda. “Nossa Somália é o Nordeste e o Soweto está nas nossas comunidades. É preciso ter respeito pelo vizinho, pelo próximo, independentemente de cor ou religião. A mudança virá nessa ressaca social. Não adianta colocar UPP na favela se não vier com teatro e centro de apoio a idoso, por exemplo. Cada um precisa transformar sua comunidade num lugar decente para viver.”
Hei, afro foi quase todo produzido pelo próprio Cidade Negra, com duas músicas assinadas por Liminha: Ninguém pode duvidar de Jah e Don’t wait. Além dessas, o trio formado por Toni, Lazão e Bino Farias promete também músicas de outros discos de uma trajetória que já beira as três décadas. Os músicos Alex Meirelles (teclados) e Sérgio Yazbek (guitarra) também estarão no palco.
Toni Garrido passou cerca de três anos afastado da banda, cuidando da carreira solo. Nesse período, a banda deu continuidade às suas atividades e lançou um álbum com o vocalista Alexandre Massau, Que assim seja (2010). Lazão revela ter chegado a pensar que nunca mais Garrido e os integrantes do Cidade Negra voltariam a se falar. “Nossa maior história foi escrita com ele. Vimos que nossa amizade continuou intacta e, no reencontro, tocamos quatro horas sem parar.”