Foi graças aos franceses Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) e Germain Bazin (1901-1990) que Daniel D’Olivier, de 59 anos, descobriu-se mais mineiro do que paulista. “Além de Saint-Hilaire falando sobre a cordialidade e a gentileza do povo mineiro, no célebre livro 'Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais', tive a oportunidade de ler 'Aleijadinho e a escultura barroca do Brasil', de Bazin”, recorda o compositor e instrumentista, que vai gravar, ao vivo, em 4 e 5 de setembro, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, de Ouro Preto, o primeiro movimento da 'Suíte mineira', de sua autoria.
“Foram 30 dias de completo êxtase”, acrescenta sobre a temporada na cidade colonial mineira. “Nunca mais saí de Minas Gerais”, observa Daniel, que, desde então, começou a compor, além de se dedicar, paralelamente, ao violão e ao saxofone, que adotaria posteriormente. Depois de três casamentos mineiros, o músico vive entre São Paulo e Ouro Preto, a que retorna agora para a gravação do primeiro movimento da 'Suíte mineira', com texto de Fernando Brant. “Minas é peito de ferro e coração de ouro”, afirma, referindo-se a Claude Henri Gorceix (1842-1919), o fundador da Escola de Minas, de Ouro Preto, mais um francês que entra na história do compositor.
PÚBLICO Além de Fernando Brant, que vai declamar o poema escrito para a 'Suíte mineira', Daniel D’Olivier (violões de 8 e 12 cordas e sax-contralto) vai gravar o primeiro movimento da peça com a participação da soprano Marilene Clara e do contrabaixista Milton Ramos. Com identidade visual criada pelo artista plástico Mário Zavagli, que fez uma aquarela para a ocasião, o músico vai contar com estúdio da Bemol, especialmente montado na Igreja Nossa Senhora do Rosário, para o registro dos 15 minutos de áudio em 4 de setembro. No dia seguinte, o cineasta Éder Santos fará a gravação de um média-metragem, com a presença de convidados e atores (150 pessoas), que, a exemplo de 'A flauta mágica', de Ingmar Bergman, sobre a ópera de Mozart, terá o público não como figurante, mas coadjuvante do processo.
CONTAR HISTÓRIAS
Autor de cinco peças do gênero, entre as quais as inéditas 'Suíte Hiroshima', que classifica como uma campanha contra a energia nuclear, e Suíti, que já está sendo gravada em estúdio, D’Olivier manifesta interesse no formato pela facilidade que ele permite para contar histórias. “Sem ser exaustiva como uma sinfonia, por exemplo”, justifica o músico, autor da 'Suíte das cidades', que fez para São Paulo, e 'Metapoemúsica', gravada ao vivo no Grande Teatro do Palácio das Artes. “É uma forma de contar uma história instrumental”, acrescenta o compositor, que vai usar a voz pela primeira vez numa suíte. A peça segue o modelo clássico, com seis movimentos, que equivalem a diferentes ritmos ou danças.
“Na verdade, meu primeiro contato musical com Minas Gerais foi ouvindo a gravação, também ao vivo, no Teatro Municipal de São Paulo, de 'Milagre dos peixes'”, retorna no tempo o músico paulistano, citando os arranjos de Wagner Tiso, Paulo Moura (regência) e Radamés Gnatali para o clássico disco da década de 1970. A relação de Daniel D’Olivier com o estado começa em 1975, quando o então jovem violonista, natural de São José dos Campos, embarca em um ônibus, na capital paulista, para vir participar do Festival de Inverno da UFMG, em Ouro Preto.
“Foram 30 dias de completo êxtase”, acrescenta sobre a temporada na cidade colonial mineira. “Nunca mais saí de Minas Gerais”, observa Daniel, que, desde então, começou a compor, além de se dedicar, paralelamente, ao violão e ao saxofone, que adotaria posteriormente. Depois de três casamentos mineiros, o músico vive entre São Paulo e Ouro Preto, a que retorna agora para a gravação do primeiro movimento da 'Suíte mineira', com texto de Fernando Brant. “Minas é peito de ferro e coração de ouro”, afirma, referindo-se a Claude Henri Gorceix (1842-1919), o fundador da Escola de Minas, de Ouro Preto, mais um francês que entra na história do compositor.
PÚBLICO Além de Fernando Brant, que vai declamar o poema escrito para a 'Suíte mineira', Daniel D’Olivier (violões de 8 e 12 cordas e sax-contralto) vai gravar o primeiro movimento da peça com a participação da soprano Marilene Clara e do contrabaixista Milton Ramos. Com identidade visual criada pelo artista plástico Mário Zavagli, que fez uma aquarela para a ocasião, o músico vai contar com estúdio da Bemol, especialmente montado na Igreja Nossa Senhora do Rosário, para o registro dos 15 minutos de áudio em 4 de setembro. No dia seguinte, o cineasta Éder Santos fará a gravação de um média-metragem, com a presença de convidados e atores (150 pessoas), que, a exemplo de 'A flauta mágica', de Ingmar Bergman, sobre a ópera de Mozart, terá o público não como figurante, mas coadjuvante do processo.
CONTAR HISTÓRIAS
Autor de cinco peças do gênero, entre as quais as inéditas 'Suíte Hiroshima', que classifica como uma campanha contra a energia nuclear, e Suíti, que já está sendo gravada em estúdio, D’Olivier manifesta interesse no formato pela facilidade que ele permite para contar histórias. “Sem ser exaustiva como uma sinfonia, por exemplo”, justifica o músico, autor da 'Suíte das cidades', que fez para São Paulo, e 'Metapoemúsica', gravada ao vivo no Grande Teatro do Palácio das Artes. “É uma forma de contar uma história instrumental”, acrescenta o compositor, que vai usar a voz pela primeira vez numa suíte. A peça segue o modelo clássico, com seis movimentos, que equivalem a diferentes ritmos ou danças.