Do guarda-chuva, que dificilmente resiste às tempestades tropicais, aos eletrônicos que proliferam nos shoppings populares do país, raramente encontramos produtos sem o rótulo made in China. De olho na indicação – que, para alguns, traduz a exploração de mão de obra barata naquele país –, o catarinense Carlos Careqa manda para as lojas seu oitavo álbum de carreira.
Em vez de um disco politizado ou de paródia ao mundo atual, em 'Made in China' Careqa optou pelo trabalho confessional para declarar seu amor de três décadas à palavra. Não por acaso, ele abre o CD cantando, a capela, 'Calma alma', na qual prega o necessário desarmamento do mundo. Para tal, naturalmente, ele recorreu ao I ching, cujo hexagrama nº 24 – Fu/ O retorno (o ponto de transição) – sugere: “Para adiante e para trás segue o caminho. Ao sétimo dia vem o retorno. É favorável ter aonde ir”.
As duas parcerias do disco são 'O q q cê tem na cabeça', com Marcelo Quintanilha, e 'Botão de futebol', com Adriano Sátiro. Inicialmente, Careqa desejava gravá-las com recursos eletrônicos que remetessem subtextualmente à “chinalização” do mundo. No decorrer das gravações, no entanto, a colaboração de Marcio Nigro (violões, guitarras, baixo, samplers e teclados) acabou dando rumo pop rock ao trabalho, que conta também com a participação do baterista Thiago “Big” Rabello.
À exceção da faixa-título, cuja sonoridade remete ao país oriental, o repertório caminha para a reconhecida poética de Careqa, outro daqueles talentos musicais que parte da crítica e a indústria fonográfica, hoje aos frangalhos, insistem em ignorar.
O cantor e compositor dedica a faixa 'Ladro' ao amigo Chico Buarque, que, em 2011, revelou que 'Rubato' (parceria com Jorge Helder) foi inspirada em sua participação em 'Alma boa de lugar nenhum', álbum anterior de Careqa. Nessa canção, o catarinense sugere o diálogo de 'Terezinha' e 'Rubato', ambas de Chico.
“Sou um moinho de ideias/ Minha mãe me ensinou a pensar/ Minha mãe me ensinou a pescar”, canta Carlos Careqa, oportunamente, na faixa 'Sou um moinho'.
'Made in China' chega ao mercado pela Selo Barbearia Espiritual Discos/ Tratore. Preço médio: R$ 25.
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As duas parcerias do disco são 'O q q cê tem na cabeça', com Marcelo Quintanilha, e 'Botão de futebol', com Adriano Sátiro. Inicialmente, Careqa desejava gravá-las com recursos eletrônicos que remetessem subtextualmente à “chinalização” do mundo. No decorrer das gravações, no entanto, a colaboração de Marcio Nigro (violões, guitarras, baixo, samplers e teclados) acabou dando rumo pop rock ao trabalho, que conta também com a participação do baterista Thiago “Big” Rabello.
À exceção da faixa-título, cuja sonoridade remete ao país oriental, o repertório caminha para a reconhecida poética de Careqa, outro daqueles talentos musicais que parte da crítica e a indústria fonográfica, hoje aos frangalhos, insistem em ignorar.
O cantor e compositor dedica a faixa 'Ladro' ao amigo Chico Buarque, que, em 2011, revelou que 'Rubato' (parceria com Jorge Helder) foi inspirada em sua participação em 'Alma boa de lugar nenhum', álbum anterior de Careqa. Nessa canção, o catarinense sugere o diálogo de 'Terezinha' e 'Rubato', ambas de Chico.
“Sou um moinho de ideias/ Minha mãe me ensinou a pensar/ Minha mãe me ensinou a pescar”, canta Carlos Careqa, oportunamente, na faixa 'Sou um moinho'.
'Made in China' chega ao mercado pela Selo Barbearia Espiritual Discos/ Tratore. Preço médio: R$ 25.