Interessante e múltiplo, o som de Saulo é “cria” de Belém do Pará. “Minha terra natal está presente, intermeando todas as canções com o carimbó, a guitarrada e o suingue. Ao mesmo tempo, São Paulo aparece fortemente nas letras, pois lá encontrei os músicos da banda. Essa cidade foi fundamental para a minha história musical e para esse trabalho”, ressalta o cantor e compositor.
O espírito coletivo está presente até no nome do CD – 'Saulo Duarte e a Unidade'. O artista destaca a participação dos músicos na produção do projeto, na elaboração dos arranjos e em todo o processo de criação. “Apesar de levar meu nome e de o universo da composição girar em torno de mim, a gente é uma banda e funciona como tal. São cinco membros fixos. Não faço nada sem seles”, destaca.
Com produção do tarimbado Carlos Eduardo Miranda, que acabou dando seu toque ao álbum, as 11 faixas mesclam gêneros e estilos. Tem carimbó, brega da música romântica brasileira dos anos 1970, suingue do violão de Jorge Ben e o pop de Paul McCartney. Destacam-se 'Mistério no olhar', 'Amor e otras cositas más', 'Onze horas', que conta com a participação especial de Tulipa Ruiz, e a gostosa 'Manda ela comprar um iglu', que mescla reggae, calipso e ska.
Ouça a faixa 'Mistério no olhar':
“O brasileiro é a mistura de tudo. Venho de vários lugares e recebi influências diversas. Por isso o disco se tornou tão plural”, explica Saulo.
PARÁ
O artista morou em Belém do Pará até os 15 anos. Para ele, a boa fase da música de seu estado, que tem projetado nomes como Gaby Amarantos e Felipe Cordeiro, se deve à vigorosa cena local, que criou um mercado praticamente autossustentável. No entanto, acredita ele, com a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas ao Brasil, o olhar estrangeiro está mais atento a outros movimentos culturais do país.
Saulo Duarte e a Unidade - Lançamento Baritone Records/YB Music, preço médio de R$ 28.