O Dia Mundial do Câncer, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 4 de fevereiro, é uma iniciativa para chamar atenção de autoridades globais ao crescimento da doença entre as populações, além de dar visibilidade a programas de prevenção e tratamento em todo o planeta. O mundo da música, que alcança o público em todas as regiões e camadas sociais, também funciona como plataforma para mensagens ligadas à segunda doença que mais mata no mundo.
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'Ronan' - Taylor Swift
Lançada em setembro do ano passado durante o evento Stand up to cancer, nos Estados Unidos, a canção foi escrita pela cantora country em homenagem a um menino de 4 anos que morreu em decorrência de um neuroblastoma. Swift declarou que se inspirou para a composição depois de ler um post do blog de Maya Thompson, mãe do jovem Ronan. Versos que servem como tradução da dor materna, como "você foi meus melhores quatro anos", levaram Taylor a creditar Maya na composição da canção. Vendida em lojas virtuais, 'Ronan' teve toda a arrecadação destinada a instituições de apoio à luta contra o câncer e alcançou a 16ª posição no top 100 das mais compradas nos EUA.
'I run for life' - Melissa Etheridge
A artista norte-americana Melissa Etheridge foi diagnosticada com câncer de mama aos 43 anos, em 2004. No ano seguinte, careca e sorridente a despeito dos efeitos da quimioterapia, ela se apresentou na cerimônia do Grammy em uma homenagem a Janis Joplin. A poderosa performance da cantora na premiação chegou a inspirar a faixa 'I am not my hair' ('Eu não sou o meu cabelo', em livre tradução) da intérprete de R&B India.Arie. Meses mais tarde, Etheridge foi quem transformou a vitória pessoal em uma composição própria, batizada de 'I run for life' ("Eu corro pela vida"). A canção aborda a trajetória da compositora desde a descoberta do tumor e se manifesta como hino pela prevenção, com versos como "Eu ainda estou aprendendo a lição/ Acordar quando ouço o chamado/ E se você me perguntar por que estou correndo/ Vou lhe dizer que eu corro por todas nós".
'Biko' - Bloc Party
'Intimacy', terceiro álbum dos britânicos da Bloc Party, trouxe uma composição confessional dedicada a uma vítima de câncer. Lançado em 2008, o disco apresentou ao público os versos fortes e melancólicos de 'Biko'. O título da faixa é uma palavra de origem nigeriana usada pelo vocalista Kele Okereke. Extraído do dialeto Igbo, o termo biko equivale a "por favor" e se repete no refrão em "biko, toughen up" ("Por favor, seja forte", em tradução livre). Apesar de abordar um tema delicado e doloroso, 'Biko' não deixa de lado a crueza encontrada em outras gravações da banda. Em um momento da canção, o compositor e intérprete declara ao ente querido que "se eu pudesse devorar seu câncer eu o faria, mas não posso/ Então continuo escrevendo estas canções para você".
'The remedy (I won't worry)' - Jason Mraz
Faixa de estreia do norte-americano Jason Mraz, 'The remedy' é inspirada na luta de Charlie Mingroni, amigo do compositor que venceu um câncer nos ossos antes de chegar aos 30 anos. A canção trata das mudanças que o exemplo de Charlie provocou em Jason. Em uma entrevista à época do lançamento, o artista explica como observou o espírito combativo de quem supera a doença. "O tratamento contra câncer é uma experiência muito positiva. Todo mundo que conheci [em tratamento] mantém uma atitude muito positiva porque é realmente o poder do pensamento positivo que cura, e é sobre isso que a música trata", explica Mraz. Lançado no álbum 'Waiting for my rocket to come', em outubro de 2002, o hit foi precedido pela cura total de Charlie Mingroni, que se livrou do câncer em março do mesmo ano.
'Skin (Sarabeth)' - Rascal Flatts
Lançada pelo grupo country Rascal Flatts em 2005, a faixa do compositor Joe Henry narra a trajetória de Sarabeth, uma adolescente que se descobre como paciente de leucemia após sentir-se mal por muitos dias seguidos. Ela passa pelo tratamento de quimioterapia sonhando com o momento em que vai dançar nos braços do namorado em seu baile de formatura. A abordagem de Henry para a leucemia é transcrita como "Entre as células vermelhas e brancas, algo não está certo/ Mas nós vamos tomar conta de você", nas palavras do médico para a personagem da canção. Ao fim da narrativa, Sarabeth acorda no dia do baile e descobre que perdeu os cabelos em decorrência do tratamento. O compositor conduz a jovem a um final feliz, quando o namorado decide raspar seus fios para que a personagem sinta-se confortável ao lado dele na festa. "Às quinze para as sete o garoto está à porta/ E o pai dela o conduz para dentro de casa/ E quando ele tira seu boné, todos começam a chorar/ Porque nesta manhã, onde seu cabelo estava/ Agora ele toca apenas a pele".