Dylan LeBlanc lança seu segundo CD, Cast the same old shadow

por Kiko Ferreira 06/01/2013 10:47

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LAB 344/Divulgação
Ainda jovem, Dylan LeBlanc parece carregar as dores do mundo (foto: LAB 344/Divulgação)
Quem gosta de country music refinada e procura um som melancólico, de cortar os pulsos, mas sem os arroubos e exageros de nossos sertanejos “universitários”, pode procurar ouvir o americano Dylan LeBlanc e seu segundo CD, Cast the same old shadow. Alto, magro, com um jeito de vampiro de cinema, se eles nascessem em Louisiana e gostassem de Tim Buckley, Chris Isaak e Cowboy Junkies, ele começou a ser conhecido com o disco de estreia, Pamper’s field, de 2010. Já dividiu palco com Bruce Springsteen e Lucinda Williams e participou de um tributo a lendas do country tradicional, que os americanos chamam de “americana”.

Apesar dos 22 anos, LeBlanc é daqueles que parecem carregar nas costas as dores do mundo, tratadas a pedal steel e andamentos que soam cambaleantes e veementes em sua tristeza. Gravado no clássico estúdio Muscle Shoals Sound, onde Ottis Redding, Aretha Franklin e outros astros do soul registraram discos antológicos, Cast the same old shadow tem apenas 10 faixas e soa tão dolorosamente solitário quanto o olhar que o moço ostenta na página três do encarte, com olhar perdido entre um copo de gelo e uma xícara de café.

Capaz de frases de efeito como “não corra de mim como você corre da chuva” (em Chesapeak Lane) e de soar como um Neil Young de boa safra em Diamonds and pearls, ele pede conforto a um amigo para se livrar de nuvens de chuva e céu escuro em Confort me e age como um Leonard Cohen, sem o poder de sedução do velho monge, na faixa de encerramento, Lonesome waltz. Enfim, um drinque sonoro agridoce para quem quer um contraponto ao ritmo frenético e falso da correria dos nossos dias.

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