O compositor e baixista belo-horizontino Ezequiel Lima viajou longe no tempo para conceber seu segundo disco, Continental dancing. O novo trabalho foi batizado com o nome da gafieira que seu pai, o músico Antônio, tinha no Centro da capital mineira. “Tocava samba, bolero, jazz, valsa”, lembra ele. O artista era muito novo para frequentá-la, mas guardou na lembrança histórias e referências que, agora, serviram de inspiração. O show de lançamento é hoje, no Museu Inimá de Paula, em BH. Os que estão habituados a ouvir Ezequiel sempre em shows e discos instrumentais serão surpreendidos com canções em Continental dancing: das 11 faixas, cinco têm letra, assinadas em parceria com Sílvia Pinheiro e Marku Ribas. As composições foram escritas nos últimos cinco anos e o artista utiliza não apenas o baixo para transcrever suas ideias, mas também o violão e o piano. A gravação foi feita no ano passado no estúdio Bemol, em Belo Horizonte. “Meu pai era conhecido como ‘o Príncipe’. Tocava saxofone e tinha uma banda, por isso resolvi homenageá-lo com um disco popular. Foi numa daquelas madrugadas que apareceu na gafieira um playboy sem dinheiro para pagar a conta. Deixou por lá o violão dele como garantia e não apareceu mais. Foi meu primeiro instrumento”, lembra Ezequiel. O músico dedicou uma composição ao episódio batizada de Playboy enamorado. Entre as canções estão Não pode parar, O lobo do João, Medo de chuva, Carona de avião e Canal 1000. “Quis fazer algo mais popular e dançante. Tem valsa, blues, samba, chorinho e bolero”, afirma o baixista. Para a apresentação de hoje, Ezequiel terá no palco a companhia de Cristiano Caldas (piano), Fabinho Gonçalves (guitarra), Neném (bateria) e, nos backing vocals, Carol Brauer, Sílvia Pinheiro e Carlinhos Lima. O saxofonista Chico Amaral será o convidado especial da noite. Baixista por acaso Foi por acaso que Ezequiel Lima começou a tocar baixo, aos 18 anos. Com sua primeira banda, Os Intrépidos, a intenção era tocar violão, seu instrumento preferido. Entretanto, não houve jeito e foi ele o eleito para a vaga de baixista. De lá para cá, tocou com vários artistas, como Elis Regina, Toninho Horta, Cauby Peixoto, Juarez Moreira, Dominguinhos, Paulinho Pedra Azul e Vander Lee. Em 2000, lançou seu primeiro disco solo, Outra história. Continental dancing Show de lançamento do disco de Ezequiel Lima. Nesta segunda-feira, às 20h, no Museu Inimá de Paula, Rua da Bahia, 1.201, Centro. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), à venda a partir das 10h, na recepção do museu. Informações: (31) 3213-4320. Ouça as faixas Quarta-feira e Playboy Enamorado: