

É assim que um bem humorado Eduardo Costa – cantor que é conhecido por sua postura sempre muito sincera nas entrevistas – começa a conversa com nossa reportagem. O motivo? O lançamento no último mês do CD 'Pecado de Amor', o décimo da carreira do sertanejo, segundo pela gravadora Sony Music. Ao todo, foram apenas 60 dias entre o início da produção e a mixagem do álbum, mas, apesar do curto período, Eduardo explica que "o trabalho em novas músicas é constante", o que facilita muito na hora de gravar. O disco é apontado pela gravadora como o marco de uma nova fase do mineiro e o resultado resume a essência da carreira do artista até aqui: a aposta no sertanejo romântico.
"É realmente o CD mais romântico da minha carreira e é também o mais tranquilo, ele retrata muito aquelas músicas dos anos 90, como as de Chico Rey e Paraná, este sertanejo lembra o deles, porém mais moderno", tenta resumir Eduardo Costa.
O disco é composto por 16 faixas, quase todas com a pegada mais romântica. A exceção fica por conta de "Dança Louca" e "Presente de Aniversário", que conta com a participação do cantor Alexandre Pires e é uma das quatro faixas assinadas por Eduardo. "Gravei com Belo, gravei com Bruno e Marrone, gravei com Zezé di Camargo, gravei com Chitão, gravei com a Paula Fernandes e dessa vez, como era uma faixa num ritmo de samba, decidi chamar o Alexandre que é um grande amigo, um cara que frequenta minha casa e que tenho certeza que enriqueceu muito o CD com sua presença", elogia.
Entre as canções também estão presentes regravações de outros sertanejos, como "Pecado de Amor" (Fátima Leão) e "Aperte o Play" (Gian e Giovani). O cantor explica que a ideia é mostrar um pouco de seu gosto pessoal no novo trabalho. "São músicas que eu gostava e foram pouco aproveitadas, algumas pessoas até conheciam, mas não a nível nacional. Por isso minha aposta, para trazer este som bom para a moçada mais nova, mas com a minha cara", explica o mineiro.
Recomeço
Primeira música de trabalho do álbum e uma das mais tocadas no país, "Começar de Novo" foi a última a entrar no disco e representa de certa forma a ideia de Eduardo Costa com o trabalho. "Esta faixa foi uma feliz coincidência porque 'Pecado de Amor' é um recomeço após o DVD, onde reuni o melhor dos meus últimos trabalhos, agora é hora de mostrar algo novo", revela um Eduardo empolgado com os números: no pré-lançamento foram 70 mil cópias vendidas.
Ele não se rende à moda
Apesar de reconhecer o valor dos artistas do estilo, Eduardo Costa não se rende ao sertanejo universitário e é bastante sincero ao explicar o motivo. "É lógico que por trás de todo artista existe uma família sendo sustentada, por isso respeito muito todos que lutam para viver da música, mas isso não me obriga a gostar de uma letra que só fala 'tchu tcha tcha' ou que chama mulher de puta, de cadela, isso é uma música extremamente descartável, que tem prazo de validade", justifica.
Capa mais ousada
Antes mesmo das músicas serem disponibilizadas para o público, o novo álbum de Eduardo Costa acabou virando assunto por causa da foto de capa, que traz o mineiro com a camisa aberta, exibindo um físico bem diferente daquele no início da carreira. O cantor, que já revelou em outras entrevistas que começou a malhar para tentar controlar a ansiedade, diz que a ideia da imagem mais ousada surgiu por causa do título do CD, "Pecado de Amor". Dentro do encarte, o sertanejo aparece em outras poses parecidas, mas brinca e faz um alerta: "não quero perder o público masculino".
Eduardo aproveita o comentário sobre a parte gráfica do trabalho para criticar o que chama de 'pirataria autorizada'. "O artista se atrapalha e por incrível que pareça atrapalha até a pirataria ao dar CDs em porta de balada. Ele acaba virando um pirata autorizado e inflaciona o mercado quando distribui cópias de graça", critica.
Pecado de amor
O sertanejo encerra a conversa revelando qual é o maior pecado de amor para ele. "Não consigo falar em um só pecado de amor, acho que já cometi tantos que fica até difícil listar, mas aprendi com todos que o maior que se pode cometer é deixar de amar", filosofa.
