Era sinal de que a conversa não renderia tanta coisa. Dito e feito. “Este disco que estou fazendo, este show, não existe um propósito. Só estou continuando minha história. Com banda, família e amigos. É um disco de continuidade”, resume ela, só acrescentando que, no palco, a diferença será uma ambientação audiovisual criada especialmente para a ocasião.
Nos últimos dias, a cantora apresentou o trabalho na Itália. Mas lá não pôde levar os cenários. Só a banda, o que acabou perdendo um pouco da proposta original. “Nosso show é super audiovisual. Usamos várias projeções. É um lance criado por mim para lembrar pessoas que pirei, algumas que já passaram para o outro plano, como Cássia Eller, Maysa, Cartola, Nelson Gonçalves e os meninos dos Mamonas”, enumera. Quem materializou a ideia do cenário foi Zé Carratu, também responsável pelo do DVD da artista. “A inspiração veio de umas loucuras de tentar fazer os cenários conversarem com as luzes. A intenção é que tudo se torne uma coisa só e depois volte a ser várias. Só vendo. Não consigo definir o efeito”, diz.
Ao falar sobre o show, que fará ao lado da banda formada por Cesinha (bateria), Fernando Caneca (guitarra e violão), Doga (percussão), Gastão Villeroy (baixo) e Maycon (teclados), só comenta as poucas diferenças com o disco. “Não será exatamente igual, mas tentamos tornar o disco real no palco. Relemos a gente mesmo e o show acabou ficando mais pesado. Só toco guitarra, e a apresentação acabou ganhando uma textura mais roqueira.” A intérprete de Shimbalaiê, hit chiclete que tomou conta do país e a tornou conhecida, promete tocar na capital mineira, além de canções conhecidas do próprio repertório, algumas do novo disco, produzido por Rodrigo Vidal, como No pé do vento, Anjo de guarda noturno e Estranho natural.
A cantora paulistana, que vive atualmente no Rio de Janeiro, termina a conversa falando um pouco mais do processo de gravação. “Foi muito bonito fazer”, resume. “Os três anos que separam um disco do outro foram importantes em todos os sentidos.” Sobre até quando pretende seguir em turnê, não sabe responder. “Faço três shows por semana. O resto dos dias fico em casa. Levo uma vida super normal: lavo louça, cachorro, família...” E deixa transparecer a felicidade com a fase carioca: “o Rio me deu uma acalmada no meu urbanismo”, teoriza, concluindo a entrevista do jeito que começou, com poucas palavras.
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Show da cantora Maria Gadú, sexta-feira, às 22h30, no Chevrolet Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro). Ingressos entre R$ 80 e R$ 150. Informações: (31) 3889-2003