Uma mistura de ‘inéditas, remixes e afins’. É assim que a cantora Paula Lima define o seu Outro esquema, disco que acaba de ser lançado e não deixa de ser um apanhado da trajetória da artista, que largou a advocacia para seguir na música. “Alguns discos meus nem estão mais disponíveis e tinha muita coisa que queria compartilhar e não caberia em um CD de inéditas. É um trabalho diferente. Algumas coisas minhas estavam dispersas e reuni tudo nesse Outro esquema que veio aí para somar”, explica.
O álbum inclui 14 faixas, e conta com a participação de grandes amigos e parceiros como Toni Garrido, Seu Jorge, Max de Castro e a banda japonesa Mondo Grosso. Traz canções como Pisou na bola (Benê Alves) e Solidão gasolina (Curumim-Dan Nakagawa), os sucessos Ela é a tal (Zeca Baleiro-Lúcia Santos), que aparece em duas versões (uma produzida por Bid e Manuel Barenbeim, outra um remix do DJ Deep Lick), além de Tirou onda (Acyr Marques-Arlindo Cruz-Maurição) e É isso aí (Sidney Miller), que se tornaram um dos principais hits da cantora. “ É um trabalho livre, descompromissado. E ficou do jeito que eu queria.” Em janeiro, ela entra em estúdio para trabalhar em disco só de inéditas. “O conceito já está certo, venho com uma música brasileira gostosa, e deve ser lançado em abril de 2012”, revela.
Apesar de estar na estrada há algum tempo, Paula acabou ganhando maior visibilidade com o reality show Ídolos, da Record, onde foi jurada de 2008 até este ano – saiu para dar lugar à colega Luíza Possi. No entanto, a participação no programa acabou limitando o trabalho como cantora e, apesar de ter considerado uma grande experiência, ela assegura que não vai voltar para a atração. “Muita gente passou a me conhecer a partir do Ídolos, mas começou a me prender demais com relação à minha agenda. Não podia fazer show fora do país porque ia gravar, não podia fazer isso ou aquilo porque tinha o programa. Passei a não ter mais liberdade e me deu uma angústia e um estresse, então decidi sair mesmo”, diz.
Resistência inicial
Além de estar percorrendo o país com o show do novo disco, Paula Lima é uma das artistas convidadas do projeto Mulheres do Brasil cantam Chico e divide o palco com Daniela Mercury – que assina a direção artística –, Elba Ramalho, Roberta Sá e Margareth Menezes. “Estamos empolgadíssimas com esse show, uma apaixonada pela outra. Cantar Chico Buarque é um desafio pra mim. Infelizmente, não sou uma artista que começou cantando em barzinho e tinha as músicas dele no repertório. Então, é um grande presente. Há três meses estamos nisso e está sendo um grande sucesso”, comemora a cantora, que ganhou o apelido de Diva.
Aliás, no começo de sua carreira, o elogio a incomodava bastante e ela chegou a recusar tal denominação. Mas percebeu que foi algo que surgiu naturalmente do público e da crítica, e acabou assumindo seu lado diva. “Na minha cabeça, diva era aquela mulher que dá piti, que o talento é grande, mas o ego também. Existem poucas divas de verdade. Achava que tinha uma conotação negativa, mas hoje encaro de outra forma. Muita gente me falou que eu deveria aceitar de bom grado, porque era uma diva pela minha música, minha estética e minha postura”, destaca.
Apesar de ter se formado em direito, Paula Lima diz que se sente completamente realizada na vida artística e acredita que a felicidade está exatamente nisso: fazer o que realmente gosta. “Sinto-me muito privilegiada por isso. Vivo bem daquilo que faço e amo. Agradeço todos os dias por isso. Não venho de uma família de artistas, meu pai era metalúrgico e minha mãe professora, mas me deram condições para ser o que sou. Pisar em um palco e ser aplaudida, reconhecida, o público querendo sempre mais, me dá uma enorme satisfação e felicidade”, resume.
Ouça Pisou na bola
Ouça Cuidar de mim
Paula Lima reúne suas canções dispersas em disco que tem a participação de amigos e parceiros
Cantora prepara CD de inéditas para 2012 e está em projeto de Chico Buarque
por
Ana Clara Brant
31/10/2011 09:09
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