Guilherme Arantes traz a Belo Horizonte o show Intimidade
- Foto: Mariana Chiarella/DivulgaçãoJá gravada em áudio e vídeo com a participação de crianças e adultos de várias organizações não-governamentais, a canção Vem ver o sol nascer tem tudo para se tornar o novo hit de Guilherme Arantes. Aos 56 anos – 33 dedicados à música –, o cantor, compositor e instrumentista não vê outra alternativa a não ser investir no bem. “Vivemos em um mundo em que o bem não tem vez”, protesta Guilherme, lembrando que o mal, até midiaticamente, está levando vantagem em meio às notícias de tantas desgraças.
De volta ao Chevrolet Hall com o show Intimidade, além de seus hits (em versões acústicas) e das músicas do CD Lótus (repertório inédito), Guilherme dedica sua celebração às pessoas empenhadas em manter o alto astral. Caso da Turma do Bem, ONG de São Paulo à qual se associou para elaborar o que chama de Manifesto do Terceiro Setor, que tem Vem ver o sol nascer como tema.
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“As pessoas não têm oportunidade de vender a ideia de que há muita gente fazendo coisa bacana no mundo”, adverte o compositor, lembrando que, se não fosse a atuação desses heróis, o mundo não estaria de pé. “A mídia está privilegiando o mal, o banditismo e a tragédia”, reclama, chamando a atenção para os nossos tempos de perversidade social.
“Precisamos celebrar essa gente do bem, que é a maioria esmagadora e tem amor no coração, que cuida das crianças e cumprimenta o vizinho”, diz Guilherme. Seu Instituto Planeta Água, instalado em Camaçari, na Grande Salvador, tem incentivado o replantio e a educação ambiental. “A música da minha época foi muito bonita porque vinha com valores sociais e comportamentais agregados”, recorda o artista.
“As questões ambiental e de mobilização social são as derradeiras fronteiras ideológicas do pensamento alternativo”, acredita Guilherme Arantes, que usa a própria fama para mobilizar o cidadão. O Instituto Planeta Água, que também agrega a inovadora Coaxo do Sapo (www.coaxodosapo.com.br), mistura de estúdio, pousada e produtora de novos artistas, já conseguiu atingir, indiretamente, uma comunidade de 5 mil pessoas em prol da defesa do Norte da Bahia. A região é vítima da voracidade dos mercados imobiliário e turístico.
“Atualmente, estamos fazendo aqui um trabalho de agricultura orgânica”, informa o orgulhoso Guilherme. Ele conta com a ajuda do filho, o biólogo Tiago, de 23 anos. “Todos os meus filhos dão apoio à ONG”, acrescenta, citando Pedro, de 25, músico e produtor; Gabriel, de 27, administrador de empresas; Marieta, de 29, designer e cantora; e a caçula Paola, de 11. Na expectativa de ver Maria Bethânia gravando mais uma canção sua, depois do sucesso de Brincar de viver, em 1982, o artista continua compondo muito, apesar do mercado fonográfico afetado pela crise.
“Estamos ainda na era do 78 rotações em termos de legislação”, lamenta Guilherme Arantes, vislumbrando o futuro da música na telefonia celular. “O mundo, aliás, está migrando para a porcaria do móbile”, conclui ele, sentindo-se o próprio Doutor Spock, da série Jornada nas estrelas, cuja ligação com o mundo se dá por meio de uma espécie de radinho.
VEM VER O SOL NASCER
De Guilherme Arantes
“Quem prestar mais atenção
Vai ver que o mundo tem
Muita gente para quem
A fé não é de esperar
Que a sorte caia do céu
Ou que o dragão saia do chão
É só o prazer de fazer o bem
Toda vez que o pão está na mesa
É bom lembrar
Que alimento mesmo vem de dentro do coração
Que adianta tanta ilusão
Tanto luxo do poder
Sem ter o prazer de fazer o bem
Podem dizer que é mesmo ingênuo
Melhorar o mundo
Que eu vou celebrar
Que as nossas mãos geram milagres
Dê o nome que quiser
Que eu não pertenço a uma só tribo
E a livro sagrado nenhum
Só estou aqui
E este é o meu tempo para viver
Vem ver o sol nascer, vem ver o sol nascer”
GUILHERME ARANTES EM INTIMIDADE
Sábado, às 22h, no Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, (31) 3209-8989. Ingressos: cadeiras, R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada); arquibancada, R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). O cantor faz videochat sexta-feira, às 16h30, no Uai