PJ Harvey não costuma desperdiçar munição. Quando sai para ir à luta, vai com tudo, com o que conta de melhor. É desta forma mais uma vez em A woman a man walked by, em que volta a dividir a empreitada com o produtor e multi-instrumentista John Parish, 13 anos depois do álbum Dance Hall at Louse Point. Enquanto Parish se encarregou de compor as melodias, ela escreveu as letras. O resultado é um disco vigoroso, às vezes melancólico demais, mas ainda assim na medida certa.
Com uma levada roqueira mais evidente, Black hearted love abre os trabalhos, explicitando de cara as intenções da dupla, com uma guitarra pesada e os vocais que exprimem uma delicadeza exasperada. Não por acaso rendeu o primeiro single, com clipe dos Chapman Brothers. Na faixa seguinte, Sixteen, fifteen, fourteen, o amargor é ainda maior, falando de perdas e sofrimento. Ao longo da gravação vão se somando elementos do folk, que sempre foi importante material para as criações de PJ Harvey, como em Soldier, em que um fiapo de voz busca sustentação em um banjo que se alterna com teclados econômicos. E repete o feito em Leaving California.
Tudo isso vem se sucedendo até a derradeira das 10 canções, sem se distanciar muito do experimentalismo. O bacana é que em momento algum se faz uso de mirabolantes efeitos de estúdios. Ao contrário, é tudo até um tanto rústico. A exemplo da ambiguidade delirante de A woman a man walked by/The crow knows where all the little children go, a furiosa Pig will not é de uma estranheza absurda e ainda faz referência ao poema “O rebelde”, de Charles Baudelaire. E, em meio a doses generosas de sarcasmo, a dupla encontra caminhos mais “tranquilos”, emprestando suavidade a canções como April, Passionless, pointless e Cracks in the canvas.
Com uma levada roqueira mais evidente, Black hearted love abre os trabalhos, explicitando de cara as intenções da dupla, com uma guitarra pesada e os vocais que exprimem uma delicadeza exasperada. Não por acaso rendeu o primeiro single, com clipe dos Chapman Brothers. Na faixa seguinte, Sixteen, fifteen, fourteen, o amargor é ainda maior, falando de perdas e sofrimento. Ao longo da gravação vão se somando elementos do folk, que sempre foi importante material para as criações de PJ Harvey, como em Soldier, em que um fiapo de voz busca sustentação em um banjo que se alterna com teclados econômicos. E repete o feito em Leaving California.
Tudo isso vem se sucedendo até a derradeira das 10 canções, sem se distanciar muito do experimentalismo. O bacana é que em momento algum se faz uso de mirabolantes efeitos de estúdios. Ao contrário, é tudo até um tanto rústico. A exemplo da ambiguidade delirante de A woman a man walked by/The crow knows where all the little children go, a furiosa Pig will not é de uma estranheza absurda e ainda faz referência ao poema “O rebelde”, de Charles Baudelaire. E, em meio a doses generosas de sarcasmo, a dupla encontra caminhos mais “tranquilos”, emprestando suavidade a canções como April, Passionless, pointless e Cracks in the canvas.