Chifres e cães: além de apresentar as coleções de outono-inverno 2018'19, a Haute Couture de Paris - semana de moda mais famosa do mundo, chama a atenção do público para causas importantes como a preservação do meio ambiente e a proteção e defesa dos animais.
Hoje, Franck Sorbier lançou coleção cênica, rica em rendas, babados, assimetrias e carregada de intenção sócio ambiental: “não toque mais em animais, não toque mais em meu planeta”, diziam os cartazes carregados por duas modelos infantis. Na passarela, a beleza foi reforçada por perucas que imitavam chifres e passavam o mesmo recado, alô, indústria, alô público, estamos no mesmo barco.
Às margens do Sena
Na véspera, um cachorro causou furor na passarela da Chanel ao aparecer vestido com um modelo da grife, abre-alas para desfile em que, por meio da cenografia, Karl Lagerfeld prestou homenagem aos livreiros que formam a maior livraria a céu aberto do mundo, num percurso de 4km às margens do Sena (e pleiteiam a classificação da atividade no Patrimônio Mundial Imaterial da Unesco). Numa declaração de amor à Cidade Luz, o kaiser da moda também reproduziu a sede da Academia Francesa no Grand Palais para plateia recheada do 'jet set' mundial, incluindo a atriz espanhola Penélope Cruz, nova embaixadora da marca, a cantora britânica Lilly Allen e a atriz argentina Belen Chavanne . Entre os looks propostos para a temporada de frio, uma cartela invernal, clássicos em tweed, plumas sofisticadas, mangas amplas, mãos e braços cobertos por luvas de couro.
Clássicos
Também na terça-feira, Giorgio Armani apresentou coleção com aposta no clássico preto e branco e ousada pincelada de rosa, além de plissados e laços em forma de flor. Já para a Dior a estilista Maria Grazia Chiuri elegeu um ateliê de costura como cenário da passarela montada no Museu Rodin, chamando atenção para as etapas de criação de um modelo de alta-costura em que peças são talhadas a partir de horas e horas de trabalho à mão. Modelos monocromáticos em tons pastel podem até não chamar tanta atenção nas mídias digitais, mas configuram opção sempre sofisticada. "Há algo que é invisível e é muito caro é o toque humano, as horas de trabalho, os acabamentos...", disse a criadora italiana como quem "puxa a orelha" da geração que supervaloriza as imagens nas redes sociais.