Dos bordados à moda agênero: veja as apostas de grifes mineiras no SPFWN45 que segue agitando a pauliceia

Hoje, a Apartamento 03 é a representante de Minas na semana de lançamentos. Amanhã, Ronaldo Fraga promete abordar a tragédia ambiental de Mariana sob o viés artístico das bordadeiras da cidade de Barra Longa

por Laura Valente 25/04/2018 12:02
Agência Fotosite/divulgação
LED (foto: Agência Fotosite/divulgação)
Considerado o maior evento de lançamentos de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week edição 45 segue agitando a cena fashion até amanhã, data do desfile de Ronaldo Fraga. Sempre politizado, o estilista levará às passarelas do Parque Ibirapuera um tema que promete emocionar: nomeada As mudas, a coleção revelará para o mundo o trabalho de bordadeiras da cidade de Barra Longa, uma das mais atingidas pelo desastre ambiental da Samarco, com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. “Além de promover o resgate de um ofício ancestral a ideia é elevar a autoestima dessas artistas”, adianta ele.  Hoje, às 21h, é a Apartamento 03 quem representa o estado.
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Modem (foto: Agência Fotosite/divulgação)

Além da Pat.Bo, que estreou o line-up mineiro na segunda-feira, outras três grifes das Gerais desfilaram coleções na pauliceia. Ontem, a Modem abriu os trabalhos. Sob o comando de André Boffano e Sam Santos, a marca jovem aposta em alfaiataria limpa e assimétrica, que flerta com a arte e a arquitetura. A principal referência da coleção é a inspiração no trabalho de design do Memphis Group e do arquiteto italiano Ettore Sottsass.
           

Choque de cor       

 
Agência Fotosite/divulgação
LED (foto: Agência Fotosite/divulgação)
Integrante do projeto  Top  Five (parceria  entre  o  Sebrae  e  o  Instituto  Nacional  de  Moda  e  Design  (In-Mod), a LED, que já havia mostrado parte da coleção no Minas Trend, chegou à passarela paulistana propondo um choque de cor e a queda de estereótipos em coleção que celebra a moda agênero (ou que não define o usuário pelo gênero) e a empodera.  Chamada Apocalíptica, a produção, como define o estilista Célio Dias,  “joga os  holofotes  nas bruxas  modernas ou pessoas  que  incomodam  por  fugirem  dos  padrões”.  “Enxergamos  o  corpo  como  um  espaço  de  resistência  e  estamos  vivendo  tempos  sombrios.  A  coleção  tem  um  diálogo  direto  com  a  nossa  realidade”, afirmou o criador. 

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Fabiana Milazzo (foto: Agência Fotosite/divulgação)

Já Fabiana Milazzo, estilista que dá nome à grife fundada em Uberlândia que vem conquistando o mundo com loja própria em Los Angeles (EUA) e exportação para países da Europa e do Oriente Médio, não define mais as coleções em temporadas primavera-verão ou outono-inverno. Tanto que elegeu para o lançamento o tema Peru, idealizado a partir de uma viagem ao país andino em que se viu encantada pela tecelagem local. Daí a riqueza de bordados de linhas soltas e patchwoark de texturas nas peças que chamaram a atenção ainda pelo uso de tecido tecnológico italiano com efeito “molhado” e pela seda metalizada.   
 Você segue conferindo flashes do evento por aqui e a cobertura completa no domingo, no caderno Feminino & Masculino.