Danilo Gentili se comparou ao cantor Wilson Simonal ao falar sobre sua trajetória em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. no último dia 28 de dezembro.
"Wilson Simonal foi o primeiro 'cancelado' do Brasil. Para valer, porque não tinha internet na época. A mesma coisa que fizeram com o Simonal, fizeram comigo todo mês. Por sorte, eu tenho internet hoje e dá para você ir lá e falar", comentou.
Em entrevista recente ao Flow Podcast, o humorista também citou o cantor e definiu-o como "Frank Sinatra brasileiro": "mas ele era negro, pobre e militar".
"Wilson Simonal foi, provavelmente, o maior showman que já existiu no Brasil. Diferente do Roberto Carlos, ele chamava muito mais atenção lá fora, porque era negro. Você olhava para ele, era um cara que cantava e dançava como ninguém", prosseguiu.
Gentili ainda recomendou o documentário Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei e criticou a postura de diversos artistas em relação a Wilson à época da ditadura.
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Durante o período militar, acreditava-se que Wilson Simonal teria sido delator e entregado amigos ao Dops , o que se descobriu não ser verdade anos depois.
O cantor, porém, é acusado de ter mandado dois colegas do Dops para "pegar" Raphael Viviani, um ex-contador que despertou sua ira ao processá-lo por questões trabalhistas em 1971.
Depois de tentarem arrancar sua confissão a socos, eles trouxeram um telefone com fios desencapados. Enrolaram as pontas nos dedos de Raphael, colocaram outra em sua língua e giraram a manivela até seu corpo se contorcer com a descarga elétrica.
Como ainda assim não confessava o roubo, conforme conta o próprio Viviani no raro depoimento colhido pelo documentário Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de 2009, passaram a ameaçar sua família.
Sua resistência então baixou e ele decidiu criar uma história coerente e assinar a confissão. Simonal, conforme diz, esteve no Dops e viu seu estado. "Mas como ele não teve pena de mim, eu jamais tive pena dele".