Uai Entretenimento

SAIA-JUSTA

Regina Duarte nega defesa da ditadura e faz mea-culpa



Em artigo publicado na sexta-feira (22), no jornal O Estado de São Paulo, Regina Duarte negou ter defendido a ditadura militar, mas esboçou um pedido de desculpas. “Amo meu país, sim, e tenho deixado isso sempre bem claro, a ponto de, numa recente entrevista à TV, ter cantado a conhecida marchinha dos anos 70, que fala de 'todos ligados na mesma emoção'. Nada a ver com defesa da ditadura, como quiseram alguns, mas com o sonho de brasilidade e união que venho defendendo ao longo de toda a minha vida. Dito isso, não será o veneno destilado nas redes sociais que me fará silenciar nem renegar amor à minha pátria”, escreveu a atriz, sob o título “Que classe é essa, companheiro?”

Regina, de 73 anos, fez mea-culpa por relativizar e minimizar casos de mortes e tortura durante a ditadura militar, na entrevista concedida à CNN Brasil: “Me desculpo se, na mesma ocasião, passei a impressão de que teria endossado a tortura, algo inominável e que jamais teria minha anuência, como sabem os que conhecem minha história.”



A atriz se defendeu das críticas e desqualificou o que chamou de “ataques” sofridos por ela. “Em vez de uma discussão franca, que seria saudável, por mais altos que fossem os decibéis, o que identifiquei foi só a ação coordenada de apedrejar uma pessoa que, há mais de meio século, vem se dedicando às artes e à dramaturgia brasileira”, disse. “Recuso-me a responder às manifestações de desaprovação vociferadas pelos mais exaltados. Há críticas que são refratárias ao argumento racional exatamente por extrapolarem qualquer juízo”, alegou.

A artista, que vai assumir o comando da Cinemateca Brasileira, explicou o que acredita ser o melhor para a cultura do Brasil. “O país precisa de uma política cultural que transcenda ideologias. Foi isso o que tentei colocar de pé quando acedi colaborar diretamente com o governo federal”, argumentou, dizendo acreditar “num país que tivesse nas comunicações uma elite pensante que não optasse pelo 'quanto pior, melhor'. Esse era o trabalho que deveria estar sob os holofotes da opinião pública - nunca a minha pessoa.”