O cantor Seu Jorge foi condenado pela 29ª Vara Cível do Rio de Janeiro a pagar R$ 500 mil em indenizações à família do compositor Mário Lago (1911-2002) pelo uso indevido de trechos da música 'Ai que saudades da Amélia', com letra de Lago e música de Ataulfo Alves. Em 2004, Seu Jorge usou sem autorização duas estrofes do samba em sua música Mania de peitão, do álbum Cru.Ao ouvir a música pela primeira vez, há 11 anos, Mário Lago Filho, o Mariozinho Lago, se indignou com o fato de estar lá uma parte considerável da canção de seu pai. Um processo foi aberto. “Ninguém foi consultado para isso”, diz a advogada da família, Deborah Sztajnberg.
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À juíza Flavia de Almeida Viveiros de Castro, autora da sentença, Seu Jorge se defendeu dizendo que quis, na verdade, fazer uma homenagem aos autores. Disse também que os nomes de Lago e Ataulfo não aparecem na primeira prensagem do disco porque o produtor, sendo estrangeiro (o francês Jerome Pigeon), “não se atentou para o fato”. E que, sendo ele, Seu Jorge, apenas um intérprete da canção, toda a parte das autorizações deveria ficar por conta do produtor e da editora.
Em 2015, a advogada do cantor, Daniela Tourinho, afirmou que, antes mesmo do início da ação, uma transação feita entre as editoras Irmãos Vitale (que cuida da obra de Lago) e Universal (que edita as músicas de Jorge) já havia garantido o repasse de 50% dos direitos aos herdeiros. Ela disse que houve uma liberação verbal feita por Luis Carlos.”
Essa é uma ação absurda do ponto de vista jurídico. Eles estão reclamando por uma autorização que existiu e por direitos que eles já recebem graças a uma transação feita pela editora deles. Por isso, pedi o adiantamento do processo, para que a juíza proferisse a sentença imediatamente”, afirmou à época.
CAROLINA Há um outro processo correndo na Justiça que tem Seu Jorge como réu.
Segundo a acusação, que tem a mesma advogada da família de Mário Lago como representante, Seu Jorge tomou conhecimento das músicas por causa de um projeto que fizeram juntos, em Brasília, para o qual o cantor havia sido convidado. O projeto acabou não se concretizando.
Algum tempo depois, Kiko diz que descobriu que as músicas haviam sido registradas por Seu Jorge na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Os produtores mostraram na Justiça uma fita adat (analógica) gravada antes da chegada de Seu Jorge ao estúdio, além de testemunhas e notas fiscais que comprovam a contratação do cantor como convidado. .