Festa de diretora da Vogue Brasil causa revolta e é acusada de ter tema racista

A aniversariante foi acusada de racismo pelo fato de a temática da festa remeter ao período colonial, marcado pela escravidão negra

por Diário de Pernambuco 11/02/2019 08:48
Instagram/Reprodução
Festa de Donata Meirelles aconteceu em Salvador (BA) (foto: Instagram/Reprodução)
A festa de 50 anos da diretora de estilo da Vogue Brasil, Donata Meirelles, tem causado polêmica e críticas nas redes sociais. Nesta sexta-feira (8), a socialite reuniu artistas e autoridades no Palácio da Aclamação, em Salvador (BA), para comemorar a nova idade. Vários famosos posaram em cadeiras ao lado de modelos vestidas de branco, semelhantes às tradicionais "baianas". As imagens remetem a fotografias feitas no período da escravidão do país e foram criticadas por usuários de diferentes redes sociais.

A aniversariante foi acusada  de racismo pelo fato de a temática da festa remeter ao período colonial, marcado pela escravidão negra. Uma das reflexões veio da historiadora Lilia Schwarcz. "Não se trata de acusar uma pessoa, criar um 'bode expiatório' e jogar todas as culpas no colo alheio. Mas alguém me explica o que faz uma diretora de uma famosa revista feminina, a Vogue, dar uma festa em Salvador, no dia 8 de fevereiro, em ambiente escravocrata do Brasil colonial?", questionou a estudiosa.

Em postagem no Instagram, Donata Meirelles publicou um pedido de desculpas. "Ontem comemorei meus 50 anos em Salvador, cidade de meu marido e que tanto amo. Não era uma festa temática. Como era sexta-feira e a festa foi na Bahia, muitos convidados e o receptivo estavam de branco, como reza a tradição. Mas vale também esclarecer: nas fotos publicadas, a cadeira não era uma cadeira de Sinhá, e sim de candomblé, e as roupas não eram de mucama, mas trajes de baiana de festa. Ainda assim, se causamos uma impressão diferente dessa, peço desculpas. Respeito a Bahia, sua cultura e suas tradições, assim como as baianas, que são Patrimônio Imaterial desta terra que também considero minha e que recebem com tanto carinho os visitantes no aeroporto, nas ruas e nas festas. Mas, como dizia Juscelino, com erro não há compromisso e, como diz o samba, perdão foi feito para pedir", escreveu. 

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