'Comecei a fazer depilação com cera muito novinha. Sempre doeu muito. Mas sempre achei que aquilo era o certo e o belo a ser feito. Nos últimos anos, entendendo a construção dessa visão, me esforcei para ver os pelos de outros jeitos possíveis. Comecei não julgando as mulheres que tinham pelos, entendendo que cada uma faz o que tem vontade com seu próprio corpo. Depois, aos poucos, comecei a achar libertadora essa vontade e atitude delas', continua.
Em determinado momento da vida, a atriz percebeu que não precisava se prender a este pensamento.
'Comecei então a achar mais que libertador, a achar bonito outras mulheres com pelos. Comecei a olhar para os homens e achar estranha essa diferença só por uma questão de serem homens X mulheres. E continuei me perguntando, feliz com meu poder de me perguntar: o que eu quero? O que eu gosto? Um dia essa resposta foi diferente. fiquei com vontade de experimentar ter eles. Ver eles em mim. Tocar neles enquanto passo creme no corpo. Não ter mais que lidar com aquela dor insuportável, nem com o preço da depilação, nem com o tempo gasto nisso, nem com aqueles chatíssimos pelos encravados. E, de um jeito que eu não esperava, comecei a achar muito bonito pelos em mim também. Aprendi que liberdade e amor é respeitar a escolha das outras pessoas, quando essas escolhas não violentam ninguém. e poder acessar meu coração e responder sem amarras: o que eu quero? o que eu gosto? de que jeito me sinto bem? ', desabafou.