Ao apresentar a peça Iscariotes: A outra face em Fortaleza (CE), no último domingo (15), o ator Carlos Vereza deu uma entrevista polêmica ao jornal O Povo. Durante a conversa com o jornalista Renato Abê, o ator defendeu o governo de Michel Temer (MDB), criticou uma suposta "ideologia de gênero" no Plano Nacional de Educação e afirmou que Marielle Franco seria "um cadáver fabricado" por movimentos de esquerda. Os temas abordados, no entanto, parecem ter irritado o carioca.
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Além do xingamento, a entrevista foi repleta de declarações polêmicas. Em uma das respostas, Vereza disse que a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco deveria começar pelo Complexo da Maré - comunidade em que a vereadora cresceu: "Ela teve votos no Leblon, no Jardim Botânico e na Gávea, só a classe média de iPhone 10. Essa menina ou foi assassinada pela milícia ou foi assassinada por pessoas que aparentemente compactuam com a ideologia dela".
Em outro momento, o ator criticou uma escola particular por realizar uma atividade que pretendia abordar a identidade de gênero: "O colégio disse que, se o aluno vier de saia e de batom, ele vai ter a nota aumentada. Sabe qual é a estatística de trans? Um em 100 mil. Agora, todo mundo é trans, só que eles não estão divulgando as pessoas que estão arrependidas, que estão querendo recuperar e não conseguem, porque não tem mais jeito. Não tem como recuperar. Todo mundo é trans, isso é uma novidade".
Jornalista sofreu ataque nas redes
Após a repercussão negativa da entrevista, o jornalista Renato Abê publicou no Facebook algumas mensagens que Vereza enviou ao seu perfil. Na postagem, ele mostra que o ator tentou diminuí-lo por ter estudado artes cênicas no Rio de Janeiro e ter "acabado" como jornalista em um veículo do Ceará.
"Estudou na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras, um centro de treinamento de artes cênicas) e não se realizou, né? Teve seus 30 segundos de fama nos sites 'esquerdinhas'. Deve ser insuportável estudar na CAL e terminar como um foquinha no pasquim O Povo. Deus te perdoe. Em tempo: na próxima entrevista, não esquece de ir de batom", diz a mensagem do carioca.
O repórter rebateu: "Não contente em passar vergonha em diferentes veículos de comunicação, Carlos Vereza veio ao meu perfil para, mais uma vez, me atacar. Sobre a CAL... sim, estudei lá e, pasme, não fui para o Rio em busca dessa fama rasteira que parece fazer seu olho brilhar, fui cursar pós-graduação em Direção Teatral e sigo colhendo os frutos disso (dei aula, ganhei prêmio, lancei livro, montei espetáculo e sigo como repórter desse "pasquim" de 90 anos). Mas, olha, nem quero falar de mim, isso tudo nunca foi sobre mim ou sobre minha aura. Isso é sobre o quão perigoso é esse discurso que o senhor propaga".
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