Uai Entretenimento

'O problema do racismo não é só dos negros', diz Cris Vianna

Durante sua participação no Encontro com Fátima Bernardes desta segunda-feira, 26, a atriz Cris Vianna falou sobre o racismo que existe na sociedade brasileira.

"O problema do racismo não é só dos negros. Acho que a gente vive numa sociedade que ainda não entendeu isso. Ou não quer entender de alguma forma. Não é um problema só da raça negra, é um problema de todos nós, da sociedade. É uma doença que não sei da onde veio. Sempre me pergunto da onde vem o racismo. Não existe essa resposta. Mas a gente tem que um dia diminuir isso.

Estamos no caminho, mas ainda tem muita coisa pra ser feita. A gente sofre muito racismo na rua sim, racismo existe e está estampado. E não dá pra dizer que é uma coisa minha porque sou negra, é de todos nós", refletiu.

Em outro momento, destacou: "Tem muita gente que fala: 'Ah, somos todos iguais". Não somos todos iguais! Ela é diferente de você, somos diferentes, e o que a gente busca é sermos respeitadas na nossa diferença. Acho que é esse caminho. Quando falam 'somos todos iguais', a frase é muito bonita, mas isso não é verdade. Quando a gente caminha prum movimento de respeitar as diferenças, acho que é o ideal".

Ela ainda ressaltou a importância de não "amplificar" o discurso racista, ainda que com boas intenções: "Eu acho extremamente importante não fortalecer as palavras de ódio e de racismo.
Quando você reverbera isso, reproduz, mesmo que contando pros outros, isso fortalece esse lugar de alguma forma. Pra mim não existe outra forma de combater o racismo: é com educação. Não só as crianças que vêm por aí, nossos bebês, mas os nossos adultos."

"É muito doído viver esse tipo de coisa. Graças a Deus hoje as pessoas estão cada dia mais corajosas. As crianças falam sobre isso. Vivemos anos e anos em que ninguém se manifestava porque tinha vergonha. Acontece isso também, você fala e parece que está se vitimizando, que é 'mimimi', que é uma bobagem. Não é uma bobagem", concluiu.

Cris ainda contou que costuma confrontar vendedoras em lojas de lingerie, que lhe oferecem peças beges como se fossem cor de pele, e criticou o uso de termos como "morena" e "mulata" para referir-se a pessoas negras.

.