Jane Fonda chega aos 80 anos saboreando o sucesso

Atriz fez papeis memoráveis no cinema, foi musa de Godard e Zinnermann, e agora protagoniza série bem-sucedida da Netflix

por Estadão Conteúdo 21/12/2017 11:51

AFP
Jane Fonda apareceu no Emmy deste ano com vestido pink de manga longa. (foto: AFP)

Jane Fonda agradece até hoje a seu pai, Henry Fonda, e a Lee Strasberg, o lendário criador do Actor's Studio. Foram as primeiras pessoas que acreditaram nela e a convenceram de que tinha talento como atriz. Mas, com o pai, o velho Henry, teve diferenças sérias.

 

Jane nasceu Lady Jane Seymour Fonda, filha de uma socialite nova-iorquina, em 21 de dezembro de 1937, o que significa que está completando 80 anos nesta quinta-feira (21). A mãe matou-se quando ela era garota, e o pai, não apenas omitiu da filha o suicídio - o que é compreensível -, como se casou poucos meses depois, com outra socialite, e isso Jane nunca entendeu. Perdoou, mais tarde.

 

 

Ela tinha 23 anos quando estreou, em 1960, dirigida por seu padrinho, Joshua Logan, em Até os Fortes Vacilam. Fazia uma garota libertária na relação com os homens, que se envolvia com o jogador de basquete Anthony Perkins - que naquele mesmo ano faria o Norman Bates de Psicose, obra-prima de Alfred Hitchcock.

 

De cara, foi saudada como grande revelação. Emendou papéis - uma prostituta em Pelos Bairros do Vício (1962), de Edward Dmytryk, uma frígida em A Vida Íntima de Quatro Mulheres (1962), de George Cukor.

 

Formada na mais exclusiva escola de mulheres dos EUA - Vassar, o pai garantiu-lhe isso -, Jane deu um tempo em Hollywood e foi para a França, onde se casou com Roger Vadim e virou ícone sexual com Barbarella (1968). De volta aos EUA, revelou-se outra mulher. As escolhas de filmes tornaram-se mais rigorosas, até políticas. Caçada Humana (1966), de Arthur Penn; A Noite dos Desesperados (1969), de Sydney Pollack.

 

Tornou-se ativista contra a Guerra do Vietnã e foi prestar solidariedade aos vietcongues. Ficou conhecida como 'Hanói Jane'. Detestada pelos soldados, virou musa de Jean-Luc Godard (Tout Va Bien, 1972) e Fred Zinnemann (Júlia, 1977). Ganhou duas vezes o Oscar, por Klute, o Passado Condena , de Alan J. Pakula, e Amargo Regresso, de Hal Ashby, em 1970 e 78.

 

Seu grande amor foi o empresário da comunicação Ted Turner. Com ele - por amor a ele? - resolveu ser, mais uma vez, outra mulher. Passou a cuidar do físico e gravou vídeos de ginástica aeróbica, um dos quais vendeu 17 milhões de cópias, somente nos EUA.

 

Antes disso fizera a comédia Como Eliminar Seu Chefe, de 1982, com Lily Tomlin. O sucesso foi estrondoso - como sua série com Lily, Grace and Frankie, na Netflix. Duas mulheres abandonadas pelos maridos, que se assumiram como gays, apesar das diferenças, tornam-se dependentes (uma da outra). Jane tem feito participações em filmes - A Sogra (2005), como 'monster in law' de Jennifer Lopez. Aos 80, tem pique para ir adiante. Aos 100?

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