Banda Kiss compartilha foto de grafite de bolinhos postada pelo Estado de Minas

Fotógrafo Gladyston Rodrigues fez o registro para o Instagram oficial do jornal na última quarta-feira e a banda tuitou a foto nesta segunda

Lucas Negrisoli *

Na noite desta segunda-feira, os roqueiros americanos da banda Kiss publicaram, em seu perfil do Twitter, uma foto do repórter Gladyston Rodrigues que retrata os ‘Bolinhos do Rock’, grafite em homenagem à banda feito na Avenida Bernardo Vasconcelos, no Bairro Palmares, em Belo Horizonte.

A publicação diz: “Olha só: grafites de bolinhos do Kiss em Belo Horizonte! Artista: G. Rodrigues”, confundindo o autor da foto, repórter fotográfico do Estado de Minas, com a autora da obra, a grafiteira Maria Raquel. A homenagem chegou ao conhecimento dos roqueiros por meio de Letícia Castro, jornalista e empresária paulistana que é tão fã da banda que chegou a estampar na capa de seu perfil do Twitter a publicação em que é citada pelo Kiss.

 

 

BOLINHOS


Mas quem mora ou transita por Belo Horizonte sabe que  junção entre cultura pop e os bolinhos nas ruas da capital mineira não se restringe à banda Kiss. A artista Maria Raquel ‘Bolinho’, de 31 anos, traz o personagem desde 2009 espalhados em grafites que estáo em toda a cidade. A ideia, de acordo com ela, é “colorir a cidade e dividir com milhares de pessoas sua paixão por doces, bolos, cupcakes e arte”. Com cores fortes e traços que lembram desenhos animados, os mais de 600 bolinhos já foram pintados  em vários lugares de BH, como o “Bolinho Maestro”, na Avenida dos Andradas, e o “Bolinho Doido”, na Avenida do Contorno. A artista chegou a catalogar no Google Maps quase 200 dos seus trabalhos que ainda podem ser vistos no link abaixo.
Maria explica que, por diversas razões, os bolinhos não costumam durar mais de dois anos na cidade, apesar de as pessoas sempre gostarem do trabalho. “Às vezes pintam por cima, outras fixam cartazes, as paredes podem cair. É muito rápido, se dura dois anos é muito. Mas, recebo um carinho enorme das pessoas que têm contato com os grafites”, conta. 
 
A artista desenvolveu o personagem baseado em um hábito de sua avó, com quem foi criada e que “era muito dura, mas o jeito dela de demonstrar amor era por meio da comida, fazendo bolos”, explica. “Nasceu disso, dessa vontade de dar carinho. As referências vêm de filmes, de séries, de música, de coisas que acontecem. Quando estou em casa, faço vários desenhos. Vou anotando as coisas que me dão ideias durante o dia e, quando saio para pintar, tento sempre casar bem o lugar com o bolinho. É muito importante essa conexão”, conta.
Sobre a publicação de seu trabalho pela banda Kiss, Maria disse que gostou do reconhecimento, apesar da confusão feita entre ela e o fotógrafo. “Várias pessoas me mandaram mensagens, várias me parabenizando. Foi bem legal, mesmo que seja meio chato ver que erraram seu nome na hora de dar o crédito. Mas, acontece, está tudo bem”, brinca.  A artista diz que a recepção do público é sempre muito boa.
“Recebo um carinho enorme, mais do que eu poderia imaginar que receberia. Os bolinhos são sempre muito alegres, as pessoas criam um laço afetivo com eles”, conta. 
 
* Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa 

.