A assinatura do decreto foi denunciada pela World Wide Fund for Nature (WWF), uma organização não governamental internacional que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental, e compartilhada por Bündchen. Segundo o órgão, a mudança na legislação integra uma ação governamental para liberar a área, que estava proibida para mineração desde 1984, para iniciativa privada como uma das medidas previstas pelo governo Temer para estimular o desenvolvimento econômico e engordar o PIB brasileiro.
Equivalente ao tamanho do estado do Espírito Santo, a área conhecida como Renca é rica em ouro e outros minérios e engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este. A ONG alega que a extinção da Renca deverá gerar uma série de conflitos entre a atividade minerária, a conservação da biodiversidade e os povos indígenas.
O decreto 9142, assinado nesta terça-feira (22) pelo presidente Michel Temer, diz que a "extinção de que trata o art. 1º não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira". A legislação ambiental brasileira proíbe a mineração em unidades de conservação classificadas como de proteção integral – destinadas exclusivamente à preservação dos recursos naturais. Já as unidades de uso sustentável permitem a atividade, desde que haja um Plano de Manejo que indique claramente quais as atividades permitidas.