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Junior Lima conta que sofria com os boatos sobre ser gay

'Foram longas horas de terapia e crises de pânico', confessou o músico, de 33 anos, no canal do Youtube do cineasta Fernando Grostein

Estado de Minas

Junior conversa sobre como foi encarar o bullying - Foto: Reprodução/Youtube

O músico Junior Lima participou do canal do Youtube do cineasta Fernando Grostein, irmão do apresentador Luciano Huck, no quadro "Quando o bullying pega" e desabafou sobre o bullying que sofreu na sua infância. Era o "cabelo arrepiado", a fama, o "filho do sertanejo" e sobre sua sexualidade.

 

"Comecei com 6 anos, a gente já teve muito sucesso desde o começo, desde a primeira música e desde a minha primeira apresentação, então imagina como que isso não surte dentro de um colégio", conta ele. "Meu pai tinha acabado de conseguir subir alguns degraus na vida, então ele colocou a gente numa escola muito boa. E era um colégio que, naturalmente, acaba tendo muito moleque folgado. Quem não queria pedir um autógrafo, queria infernizar", desabafa Junior. 

 

"Teve um bom período da minha vida que eu tive que aprender a andar fingindo de surdo no colégio. Mãozinha na mochila e erguia a cabeça, para não abaixar a cabeça. Mas no fundo você já está abaixando a cabeça, porque você está ignorando, está deixando o cara falar.

Isso acabou me trazendo a possibilidade de refletir isso muito cedo, tive que superar esse tipo de coisa, e entender que não tinha nada de mais também", relembra o músico.

 

Em seguida, Junior fala sobre quando o questionavam sobre sua sexualidade: "Quando começou o lance de gay foram fases, de vez em quando acontecia, aí passava um tempo sem acontecer. Aí depois sai uma notícia, porque depois começou a ir para a mídia. E atrapalha de várias formas esse tipo de coisa. E não tinha como eu brigar com isso, se eu brigasse ia inflamar ainda mais", revela ele.

 

"Demorou para eu entender que isso era uma armadilha que eu caía, porque quando começou a falar de homofobia, eu ainda mais novo, eu pensava que eu não tinha isso, tenho um monte de amigo que é gay e nunca tive problema. Mas quando me chamavam de gay, no fundo eu me incomodava. Eu fingia que não, mas ficava sim", disse o músico, que ainda comenta sobre como aprendeu a superar e lidar com esse tipo de comentário. "Mas chega uma hora que você se conhece melhor, vê que não precisa provar nada para ninguém. A gente vive em uma sociedade machista onde o premiado é aquele que pega mulher. Entender que não tinha que provar nada me fortaleceu", reflete Junior. 

 

O músico ainda comenta sobre o machismo na sociedade: "A percepção é sempre negativa para a mulher e para o homem é sempre positiva. Então a tendência é você crescer com a cabeça machista". 

 

Junior Lima será o pai de Otto em breve, fruto de sua relação com Mônica Benini. "Hoje sou muito bem resolvido, mas tudo tem seu preço. Foram longas horas de terapia e crises de síndrome do pânico", confessou ele. 

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