Foi com alívio que a direção da Globo acompanhou a aferição da audiência na estreia de Velho Chico, nova novela das 9: o saldo na Grande São Paulo foi de 35,4 pontos, índice que não era alcançado em 1º capítulo desde Amor à Vida (em 2013, com 35,5 pontos) e supera as estreias de A Regra do Jogo (31), Babilônia (33), Império (32) e Em Família (33).
Após 14 anos de novelas nesse horário sem fugir de enredos contemporâneos urbanos, a trama de Benedito Ruy Barbosa representa um claro rompimento com o estresse do noticiário da vida real. Com uma história que se apresenta logo de cara, o diretor Luiz Fernando Carvalho se deu ao luxo de abrir o capítulo com cenas do dia a dia à beira do São Francisco, o verdadeiro protagonista do folhetim, e um teatro de bonecos que narra a lenda da índia cujas lágrimas deram origem ao rio. Aos que buscaram uma palavra de fé no enredo de Moisés, que fez concorrência ao horário e terá direito à segunda parte, pela Record, e não só a esses, foi um alento ouvir a bela Oração de São Francisco executada em arranjo instrumental.
A trilha sonora, assim como a fotografia, a direção de atores e todo o trabalho cenográfico fogem da curva desenhada pela indústria da TV. Nem nudez nem flagrante resquício de cocaína, em plena novela das 9, são capazes de ofender o telespectador ávido por uma boa história. O pó branco, diga-se de passagem, aparecia em uma bandejinha na casa do coronelzinho Afrânio (Rodrigo Santoro), representação de uma noite de festa naquela Salvador da década de 1960, que fervia ao som de Gal, Caetano e Bethânia. A imagem, no entanto, só é decifrada por quem sabe do que se trata.
Tarcísio Meira, como patriarca, é de uma comoção à parte. Mas é Selma Egrei, sua senhora, o grande coronel da saga. De uma sutileza rara, o diálogo em que ele se queixa da distância dela - na cama. Rodrigo Lombardi, Fabiula Nascimento, Santoro e Carol Castro não destoam do nível exemplar de interpretação. E, quando achava que já tinha visto muito de atuação em um só capítulo, a plateia dá de cara com Chico Diaz. De chorar.
Após 14 anos de novelas nesse horário sem fugir de enredos contemporâneos urbanos, a trama de Benedito Ruy Barbosa representa um claro rompimento com o estresse do noticiário da vida real. Com uma história que se apresenta logo de cara, o diretor Luiz Fernando Carvalho se deu ao luxo de abrir o capítulo com cenas do dia a dia à beira do São Francisco, o verdadeiro protagonista do folhetim, e um teatro de bonecos que narra a lenda da índia cujas lágrimas deram origem ao rio. Aos que buscaram uma palavra de fé no enredo de Moisés, que fez concorrência ao horário e terá direito à segunda parte, pela Record, e não só a esses, foi um alento ouvir a bela Oração de São Francisco executada em arranjo instrumental.
A trilha sonora, assim como a fotografia, a direção de atores e todo o trabalho cenográfico fogem da curva desenhada pela indústria da TV. Nem nudez nem flagrante resquício de cocaína, em plena novela das 9, são capazes de ofender o telespectador ávido por uma boa história. O pó branco, diga-se de passagem, aparecia em uma bandejinha na casa do coronelzinho Afrânio (Rodrigo Santoro), representação de uma noite de festa naquela Salvador da década de 1960, que fervia ao som de Gal, Caetano e Bethânia. A imagem, no entanto, só é decifrada por quem sabe do que se trata.
Tarcísio Meira, como patriarca, é de uma comoção à parte. Mas é Selma Egrei, sua senhora, o grande coronel da saga. De uma sutileza rara, o diálogo em que ele se queixa da distância dela - na cama. Rodrigo Lombardi, Fabiula Nascimento, Santoro e Carol Castro não destoam do nível exemplar de interpretação. E, quando achava que já tinha visto muito de atuação em um só capítulo, a plateia dá de cara com Chico Diaz. De chorar.