“Estou sob o mesmo efeito da falta de memória de Soninja. Não me lembro de absolutamente nada do que aconteceu”, diverte-se Karin Hills, atriz que faz a personagem, que depois de um tempo na clínica do dr. Zóltan retornou na temporada desmemoriada. Soninja é negra e tem uma irmã gêmea branca, Giussandra (Karina Marthin).
Karin brinca e conta que, no caso dela, a vida imitou a arte. Assim como Soninja, a atriz também voltou ao seriado meio perdida. Por duas temporadas ela ficou longe do Irajá se dividindo entre O sexo e as negas, outra série de Miguel Falabella, e o musical Mudança de hábito, que ficou em cartaz por quase dois anos em São Paulo.“Trabalhar em Pé na cova foi um grande privilégio. O texto do Miguel é incrível, abordou assuntos atuais e com olhar crítico. Foi um a honra participar do projeto desde o início.” A morte de Marília Pêra, a Darlene, que fazia par romântico com Ruço, personagem de Falabella, foi um grande choque para o elenco.
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ALEGRIAS Se Pé na cova traz grandes alegrias para Karin, Sexo e as negas foi vítima do politicamente correto e saiu do ar. “Foi lamentável tanta polêmica. O povo vai amadurecer e perceber que o buraco é muito mais embaixo”, critica Hills, que considera que as questões raciais no Brasil são tensas e, em relação à autoestima, a cultura negra tem um longo caminho a percorrer.
Karin é taxativa. “Acima de tudo, o que falta no Brasil é educação, processo que começa em casa com os pais, depois na escola com os professores.”
Karin começou a carreira integrando o grupo Rouge, formado há 14 anos após o reality show Popstars. Mas, por enquanto, ela não pensa em voltar a cantar. “Hoje, minha maior vontade é atuar mais do que propriamente cantar. Quando o bichinho do teatro te pega não tem mais jeito”, garante.