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Na lembrança

Atriz de 'Pé na cova' relembra 'Sexo e as negas': ''Lamentável tanta polêmica''

Karin Hills, a Soninja, mantém mistério sobre destino dos personagens da série atual, que chega ao fim em abril

Helvécio Carlos
Pé na cova, uma das melhores séries da TV, está com os dias contados.
O último episódio será exibido na primeira semana de abril. Os fãs já lamentam o fim de uma das séries mais bacanas da TV por reunir texto de excelente qualidade, direção afinada e um elenco de primeira. Mas nem por decreto o elenco comenta o que os autores prepararam para as personagens do Irajá.

 

“Estou sob o mesmo efeito da falta de memória de Soninja. Não me lembro de absolutamente nada do que aconteceu”, diverte-se Karin Hills, atriz que faz a personagem, que depois de um tempo na clínica do dr. Zóltan retornou na temporada desmemoriada. Soninja é negra e tem uma irmã gêmea branca, Giussandra (Karina Marthin).


Karin brinca e conta que, no caso dela, a vida imitou a arte. Assim como Soninja, a atriz também voltou ao seriado meio perdida.

Por duas temporadas ela ficou longe do Irajá se dividindo entre O sexo e as negas, outra série de Miguel Falabella, e o musical Mudança de hábito, que ficou em cartaz por quase dois anos em São Paulo. ''O povo vai amadurecer e perceber que o buraco é muito mais embaixo'', afirma atriz - Foto: João Miguel Júnior/Divulgação“Trabalhar em Pé na cova foi um grande privilégio. O texto do Miguel é incrível, abordou assuntos atuais e com olhar crítico. Foi um a honra participar do projeto desde o início.” A morte de Marília Pêra, a Darlene, que fazia par romântico com Ruço, personagem de Falabella, foi um grande choque para o elenco.


“Ficamos todos carentes. Marília é diva de grandeza mundial. Todos nós aprendemos muito com ela, que sempre dava toques bem legais. Com ela aprendi, por exemplo, a ser mais disciplinada”, aponta Karin, que também trabalhou com Marília no musical Alô, Dolly!


ALEGRIAS Se Pé na cova traz grandes alegrias para Karin, Sexo e as negas foi vítima do politicamente correto e saiu do ar. “Foi lamentável tanta polêmica. O povo vai amadurecer e perceber que o buraco é muito mais embaixo”, critica Hills, que considera que as questões raciais no Brasil são tensas e, em relação à autoestima, a cultura negra tem um longo caminho a percorrer.

Karin é taxativa. “Acima de tudo, o que falta no Brasil é educação, processo que começa em casa com os pais, depois na escola com os professores.”


Karin começou a carreira integrando o grupo Rouge, formado há 14 anos após o reality show Popstars. Mas, por enquanto, ela não pensa em voltar a cantar. “Hoje, minha maior vontade é atuar mais do que propriamente cantar. Quando o bichinho do teatro te pega não tem mais jeito”, garante.

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