O ator Sean Penn lamentou que o artigo que escreveu depois de entrevistar o chefão do narcotráfico mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán não tenha gerado um debate sobre a guerra dos Estados Unidos contra as drogas. Depois de criar uma polêmica que ganhou as manchetes do mundo todo por sua entrevista exclusiva com o agora recapturado "El Chapo", o ator explicou que seu objetivo ao se encontrar com o traficante era lançar luz sobre o papel dos Estados Unidos no mercado mundial das drogas, segundo trechos de uma entrevista que será divulgada por completo neste sábado, 16.
"Somos os consumidores. Esteja você de acordo ou não com Sean Penn, somos cúmplices", afirmou Penn ao jornalista Charlie Rose, ao ser entrevistado para o influente programa 60 minutes, da norte-americana CBS. "Você pode ser moralmente de direita ou de esquerda, seus filhos, de qualquer forma, vão usar drogas. Mas desde que saiu o artigo, quantas vezes a imprensa falou disso?", questionou o ator.
Penn acrescentou: "Lamento que toda a discussão sobre o artigo ignore seu objetivo, que era tentar contribuir para esta discussão sobre a política da guerra contra as drogas".
O ator considerou que grande parte das críticas que recebeu na mídia reflete o fato de a imprensa se ressentir da exclusividade de sua entrevista com Guzmán. "Quando você consegue uma história que todo jornalista do mundo quer, muitos ficam verdes de inveja", ironizou.
Outras críticas foram feitas ao fato de que Penn permitiu que Guzmán revisasse o texto antes que fosse publicado e que o artigo glorifica - ou ao menos é condescendente - com o homem acusado de causar milhares de mortes no México por suas atividades violentas vinculadas ao narcotráfico e por contribuir com o consumo de drogas nos Estados Unidos.
Penn também desafiou a afirmação do governo mexicano de que a entrevista, realizada em um lugar desconhecido do México, ajudou as autoridades a rastrear e prender Guzmán, que foi capturado um dia antes do texto ser publicado.
"Existe esse mito de que visita que fizemos a 'El Chapo' foi, segundo disse o Ministério Público do México, 'fundamental' para sua captura", comentou. "Nós havíamos nos reunido com ele muitas semanas antes. Em um lugar muito distante de onde ele foi capturado", concluiu.
A revelação da entrevista clandestina de Sean Pen ofuscou um pouco a recaptura ao estilo de Hollywood do narcotraficante mexicano. A entrevista, publicada pela revista Rolling Stone em site, foi concedida por "El Chapo" em outubro do ano passado, graças à ajuda da atriz mexicana Kate del Castillo.
Uma fonte do governo mexicano afirmou à AFP que os encontros ajudaram as autoridades a localizar o narcotraficante de 58 anos, recapturado em Los Mochis, Sinaloa (noroeste), em uma operação militar.
A procuradora-geral mexicana Arely Gómez também explicou que o traficante teve reuniões com atrizes e produtores, dos quais não revelou os nomes, com a intenção de produzir um filme sobre sua vida, o que ajudou em parte a investigação de seu paradeiro.
Floyd Abrams, um conhecido advogado de jornalistas nos Estados Unidos, disse à AFP em Washington que o encontro entre "El Chapo" e Penn não expõe o ator a processos judiciais em seu país. "Não é crime falar com alguém", garantiu. Se (El Chapo) lhe deu dinheiro ou conselhos para evitar ser localizado, este é outro problema".
Na entrevista, Guzmán se gabou "das grandes quantidades de heroína que distribuiu por todo o planeta, inclusive os Estados Unidos", o que teria irritado as autoridades americanas.
Penn escreveu que o traficante deu um forte abraço quando eles se conheceram em um ponto de uma região de selva. Também afirma que obteve sete horas de entrevistas na presença de "El Chapo" e por telefone sobre suas atividades criminosas.
"Eu forneço mais heroína, metanfetaminas, cocaína e maconha que qualquer um no mundo", afirmou, entre doses de tequila, a Penn em uma surpreendente admissão sobre o tamanho de seus negócios ilegais.
A Rolling Stone também divulgou um vídeo que mostra Guzmán sem bigode e no qual ele afirma que trafica drogas desde antes dos 15 anos porque em sua cidade natal, La Tuna, "não havia oportunidades de trabalho".
"Somos os consumidores. Esteja você de acordo ou não com Sean Penn, somos cúmplices", afirmou Penn ao jornalista Charlie Rose, ao ser entrevistado para o influente programa 60 minutes, da norte-americana CBS. "Você pode ser moralmente de direita ou de esquerda, seus filhos, de qualquer forma, vão usar drogas. Mas desde que saiu o artigo, quantas vezes a imprensa falou disso?", questionou o ator.
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O ator considerou que grande parte das críticas que recebeu na mídia reflete o fato de a imprensa se ressentir da exclusividade de sua entrevista com Guzmán. "Quando você consegue uma história que todo jornalista do mundo quer, muitos ficam verdes de inveja", ironizou.
Outras críticas foram feitas ao fato de que Penn permitiu que Guzmán revisasse o texto antes que fosse publicado e que o artigo glorifica - ou ao menos é condescendente - com o homem acusado de causar milhares de mortes no México por suas atividades violentas vinculadas ao narcotráfico e por contribuir com o consumo de drogas nos Estados Unidos.
Penn também desafiou a afirmação do governo mexicano de que a entrevista, realizada em um lugar desconhecido do México, ajudou as autoridades a rastrear e prender Guzmán, que foi capturado um dia antes do texto ser publicado.
"Existe esse mito de que visita que fizemos a 'El Chapo' foi, segundo disse o Ministério Público do México, 'fundamental' para sua captura", comentou. "Nós havíamos nos reunido com ele muitas semanas antes. Em um lugar muito distante de onde ele foi capturado", concluiu.
A revelação da entrevista clandestina de Sean Pen ofuscou um pouco a recaptura ao estilo de Hollywood do narcotraficante mexicano. A entrevista, publicada pela revista Rolling Stone em site, foi concedida por "El Chapo" em outubro do ano passado, graças à ajuda da atriz mexicana Kate del Castillo.
Uma fonte do governo mexicano afirmou à AFP que os encontros ajudaram as autoridades a localizar o narcotraficante de 58 anos, recapturado em Los Mochis, Sinaloa (noroeste), em uma operação militar.
A procuradora-geral mexicana Arely Gómez também explicou que o traficante teve reuniões com atrizes e produtores, dos quais não revelou os nomes, com a intenção de produzir um filme sobre sua vida, o que ajudou em parte a investigação de seu paradeiro.
Floyd Abrams, um conhecido advogado de jornalistas nos Estados Unidos, disse à AFP em Washington que o encontro entre "El Chapo" e Penn não expõe o ator a processos judiciais em seu país. "Não é crime falar com alguém", garantiu. Se (El Chapo) lhe deu dinheiro ou conselhos para evitar ser localizado, este é outro problema".
Na entrevista, Guzmán se gabou "das grandes quantidades de heroína que distribuiu por todo o planeta, inclusive os Estados Unidos", o que teria irritado as autoridades americanas.
Penn escreveu que o traficante deu um forte abraço quando eles se conheceram em um ponto de uma região de selva. Também afirma que obteve sete horas de entrevistas na presença de "El Chapo" e por telefone sobre suas atividades criminosas.
"Eu forneço mais heroína, metanfetaminas, cocaína e maconha que qualquer um no mundo", afirmou, entre doses de tequila, a Penn em uma surpreendente admissão sobre o tamanho de seus negócios ilegais.
A Rolling Stone também divulgou um vídeo que mostra Guzmán sem bigode e no qual ele afirma que trafica drogas desde antes dos 15 anos porque em sua cidade natal, La Tuna, "não havia oportunidades de trabalho".