Embaixadora da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Maria Paula dá palestras às presas - uma população invisível, segundo ela - sobre a importância do vínculo afetivo entre mães e bebês. "Costumo dizer a elas que não importa se estão em um palácio ou uma prisão: a doação do tempo delas a seus filhos tem muita importância para o futuro dessas crianças."
A comediante conta que, nos primeiros momentos, percebe resistência das mulheres presas em relação à sua presença. "Elas devem pensar: o que a garota-propaganda das Organizações Tabajara está fazendo aqui?", diverte-se a atriz, que por anos fez parte do elenco do extinto programa de humor Casseta & Planeta, da Rede Globo. "Mas, depois, veem que tenho algo a dizer. Meu recado principal é de que, embora presas, ninguém pode privá-las da liberdade do afeto."
Maria Paula, que tem formação em Psicologia, assumiu papel de ativista em 2004, quando teve sua primeira filha. "Hoje, a maternidade é o foco central do meu trabalho", diz. Seu maior orgulho, relata, é ver as mães presas superarem traumas e conseguirem olhar com suavidade para seus filhos.
De acordo com o relatório do Depen, a maioria das penitenciárias não dispõe de creches, berçários ou celas especificas para gestantes.