A Polícia Civil do Rio vai pedir à Justiça a quebra do sigilo de cerca de 30 perfis do Facebook para tentar identificar os autores das ofensas racistas postadas contra a atriz Taís Araújo na noite do último sábado, 31. A atriz prestou depoimento nesta quarta-feira, 4, à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que instaurou inquérito para investigar o caso.
Quem for identificado será indiciado por injúria racial - neste caso, em que foi usada a internet para difundir a ofensa, a punição pode chegar a quatro anos de prisão. Se for comprovada a articulação entre os ofensores, pode ficar caracterizado também o crime de formação de quadrilha e a punição pode chegar a oito anos de prisão.
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Segundo o delegado, mesmo se que o perfil tenha sido apagado é possível identificar de qual computador ele foi postado, e assim chegar à autoria. Thiers afirmou que, "numa análise rápida", foi identificada uma possível ligação entre as pessoas, o que indica a hipótese de formação de quadrilha para a prática de crimes de preconceito.
A atriz não conversou com a imprensa após prestar depoimento, nesta quarta, mas divulgou nota em que diz: "Presto depoimento porque sei que meu caso não é isolado e é exatamente o que acontece com milhares de outros negros no país".
Ela agradeceu as mensagens de apoio que recebeu e disse crer que seu trabalho "é a melhor resposta para o preconceito". Taís participa da série Mister Brau, exibida pela TV Globo, e da peça de teatro O topo da montanha, em cartaz em São Paulo.