"Não sou apenas ansiosa", dizia a estampa da camiseta de Lady Gaga durante evento realizado pela universidade de Yale, nos EUA, no último fim de semana.
"Precisei me posicionar em situações como 'por que estou infeliz? Por que quis abandonar a música há uns dois anos?'", contou Gaga. O incômodo com a estrutura comercial que a envolve foi um gatilho para o estado depressivo. "Não gosto de vender perfumes. Não gosto de gastar meu tempo, dias inteiros, apenas tirando selfies, sorrindo e apertando mãos. É muito raso para a minha existência", desabafou.
Gaga, obviamente, não está sozinha. no fim do ano passado, a Organização Mundial de Saúde declarou que 7% da população mundial — cerca de 400 milhões de pessoas — sofrem de depressão. A doença também foi apontada pelo órgão como o mal mais incapacitante dos nossos tempos.
As experiências com fama e a constante pressão por mais sucesso também foram citadas pela cantora como um dos fatores que a conduzem à infelicidade. "Tenho muito mais a oferecer do que minha imagem, não gosto de ser usada para render dinheiro a outras pessoas", afirmou Gaga. "Ficava triste por ser explorada no trabalho e por ter me transformado em uma máquina de fazer dinheiro, com minha paixão e minha criatividade ficando em segundo plano".
"O que eu fiz? Comecei a dizer não. Não vou fazer isso, não quero fazer. Não vou tirar aquela foto, não vou comparecer àquele evento, não vou apoiar aquela causa em que não acredito. E, aos poucos, mas de maneira sólida, fui me lembrando de quem eu sou", relatou.
O método funcionou para ela, que conseguiu reconectar-se ao próprio caminho artístico. "Daí você vai para casa, se olha no espelho e pensa: 'Sim, posso ir comigo para a cama todas as noites. Porque essa pessoa eu conheço. Essa pessoa tem culhões, tem integridade, opinião. Essa pessoa não diz apenas sim".