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Enquanto na segunda temporada com os adultos tínhamos apenas a fofura de Jiang Pu - que, agora contratada da emissora, faz o papel de repórter da atração -, no MasterChef Junior temos um verdadeiro desfile de candidatos fofos. Não por acaso, os chefs Paola Carossela, Henrique Fogaça e Erick Jacquin se desmancharam em sorrisos e elogios aos minicozinheiros amadores.
Se na versão adulta, Fogaça grita palavrões e bate na mesa (para o pavor dos candidatos e delírio do público), agora ele fala baixinho, com voz mansa e abusando dos diminutivos. Fofinho, mas forçadinho... A própria figura de Jacquin já é um prato cheio para a criançada, que comentava nas entrevistas gravadas que se espelham no estilo do francês de cozinhar e que adorariam "apertar" suas bochechas. Paola talvez seja a única que saiba transitar bem entre os dois perfis de cozinheiros. A postura de "mãezona" e professora continua, com os comentários mais construtivos e, mesmo pegando leve, sabendo apontar os pontos negativos nas receitas dos pequenos aprendizes.
Ah, como a direção e edição do MasterChef sabe explorar bem seus personagens... Se no (fraco) Batalha dos Confeiteiros, da Record, já caminhamos para o quarto episódio e nem nos lembramos quem são os candidatos, no reality da Band sobra empatia e coração. Como não se encantar com a graciosa Aisha, de 9 anos, caçulinha do time, que já desponta como favorita do público. Junto a ela, a meiga Ivana - que, aos 9 anos, já se comunicou com Paola em inglês, espanhol e português, além de ser uma cozinheira de mão cheia. Entre os garotos, o prestativo Johnny (10 anos) e o enérgico Matheus (11 anos) também são encantadores.
Mas também tem aquele grupinho que promete irritar os espectadores. Sabe aquelas crianças com jeito de mimadas e que choram (muito) quando algo dá fora do planejado? Essas são, justamente, Laura (11 anos), Sofia (12 anos) e Valentina (12). Não tinha como ficar com pena. A gente apenas ria tamanha a leseira dessas meninas... São novinhas demais? A caçula do grupo (Aisha, de 9 anos) percebeu que tinha esquecido três ingredientes importantes para sua receita (leite, creme de leite e manteiga) quando voltou à sua bancada, mesmo assim não se desesperou e entregou um dos melhores pratos da noite na opinião dos jurados. Enquanto Laura, por exemplo, derramou um rio de lágrimas apenas por achar que seu nhoque não estava cozinhando - tanto que até o chef Jacquin brincou que o choro dela serviu para temperar o prato. "Foi amor", comentou o francês.
E por falar em irritação... Além do tempo para realização das provas, os maiores inimigos das crianças nesse primeiro episódio foram seus próprios pais e mães. A gente sabe que eles querem ajudar, mas davam tanto pitacos que acabaram levando fora dos próprios filhos. Afinal, que tem que cozinhar na competição são as crianças, ok?
Além de não levar gritos e foras dos jurados, as crianças tiveram algumas regalias: 5 minutos de compras no mercado (os adultos têm até 2 minutos); eles podem esperar a vez de serem chamados sentados (os adultos ficam em pé, em posição de "sentido" durante todo o episódio) e ainda ganham mais dicas generosas do trio de chefs. Em compensação, ao contrário da versão adulta, na qual apenas um é eliminado a cada episódio, agora dois dão adeus à competição a cada semana. O prêmio também é menos generoso: uma viagem para a Disney com cinco acompanhantes, um vale de R$ 1 mil mensais em compras de supermercado, um curso de gastronomia de três meses e o troféu de MasterChef Junior.
Eliminações
Numa cozinha muito mais colorida - e com banquinhos para ajudar aqueles que não alcançavam as bancadas -, os 20 competidores mirins foram divididos em três grupos, de acordo com suas preferências na cozinha. Um ficaria responsável por preparar uma receita com carnes nobres. Outro time teria que fazer pratos com massas artesanais. E o último ficaria responsável pelas sobremesas. Os dois piores desempenhos de cada equipe seriam eliminados.
O alto nível da garotada surpreendeu tanto os chefs como o público. Muitos cozinham bem mais do que os primeiros eliminados na última versão dos adultos. A opção de alguns participantes por alguns ingredientes - como javali e barriga de porco - comprovam que são crianças de famílias de alto poder aquisitivo, que sempre tiveram acesso a comidas gourmet desde muito novos, diferentemente de boa parte da população brasileira, que só tem acesso a feijão, arroz, carne e salada.
É muito louco parar e ver jovens de 10 anos preparando massas artesanais, quando boa parte da população não sabe nem cozinhar um macarrão comprado no supermercado. Ou um garoto que serve um ovo pochê, quando tem muito adulto que não sabe fazer nem um ovo frito. Todos usando fornos, eletrodomésticos e facas afiadas como gente grande.
Nesse primeiro episódio, infelizmente, acabamos nos despedindo do animado Augusto (11 anos) e do simpático Hytalo (11), que cozinhava cantando hits de divas como Amy Winehouse e Adele. Tinham tudo para se tornarem alguns dos favoritos do público. Também foram eliminados Andrey (13), Gleyson (12), Piera (11) e a fofinha Luiza (10), que derrapou no excesso de limão e no cozimento do risoto. Mas pelo visto os 14 sobreviventes prometem ter muito "tompero" nas mangas.
Audiência
Apesar de bons resultados nas redes sociais - com mais de 300 mil tweets durante a transmissão -, a estreia do MasterChef Junior teve apenas 6 pontos de média, com picos de 7,5, segundo dados preliminares do Ibope, deixando a Band na quarta colocação na TV aberta. A audiência da versão adulta tinha média de 10 pontos, com picos de 12, garantindo a vice-liderança para a emissora.
Foi difícil também concorrer com atrações de outros canais. A Record, por exemplo, garantiu o segundo lugar com a formação da quarta roça, no reality A Fazenda. Outro ponto que pode dificultar é que, apesar de ser realizado com crianças, dificilmente o Masterchef Junior será assistido pelos pequenos, que devem estar na cama bem mais cedo.
O MasterChef Junior é exibido todas as terças-feiras na Band, às 22h30.