Protagonizada por Pablo Escobar, a consolidação do narcotráfico é um capítulo doloroso da história da Colômbia. O período entre as décadas de 1970 e 1980 contou com um time de coadjuvantes, formado por contrabandistas e milionários, que construiu o cartel de Medellín. Em 'Narcos', série bilíngue do Netflix que estreia na sexta-feira, o ator André Mattos interpreta Jorge, um dos irmãos Ochoa, contrabandista e um dos fundadores da "corporação".
Além do DNA do produtor-executivo José Padilha ('Tropa de elite' 1 e 2), que também dirige os dois episódios iniciais, o seriado de dez capítulos tem algumas conexões com o Brasil: dois são dirigidos por Fernando Coimbra; Wagner Moura na pele de Pablo Escobar e o tema de abertura gravado por Rodrigo Amarante e composto por Pedro Bromfman. No mesmo formato de 'Tropa', o seriado é narrado em tom documental pelo policial norte-americano Steven Murphy (Boyd Holbrook).
André Mattos, contratado da Rede Record, foi liberado para participar do projeto. Passou seis meses na Colômbia. "Representar em espanhol e estar numa equipe estrangeira mostram a abertura no mercado internacional", comemora. Ainda vivo, Jorge foi beneficiado com a delação premiada, assim como o irmão. Ficou preso por cinco anos.
O núcleo do cartel de Medellín se aproxima do tom mais cômico do drama. "É uma história muito cruel para o povo colombiano. Houve uma preocupação de um equilíbrio com o humor para não ficar só no drama", justifica.
Entrevista >> André Mattos
Que tipo de demanda você teve da direção da série para compor o personagem?
A orientação que a gente teve de Padilha, um diretor que deixa a gente livre, foi de estar o mais próximo da realidade possível. Nós fizemos uma série baseada em fatos reais. É um assunto muito delicado. Nós tivemos um auxílio de coach espanhol, sobretudo para nós brasileiros, que estávamos trabalhando em espanhol. Havia momento que a gente tinha que falar três línguas diferentes ao mesmo tempo.
Você vive um personagem que ainda está vivo. Como foi o processo de pesquisa?
Fiz trabalho de pesquisa literária, de entrevistas, dos depoimentos dele para proteger o irmão. Somente através de filmes e conversas. Jorge está livre, o irmão Fábio está preso e Juan morreu. Erick, o produtor, me mostrou umas fotos de onde ele mora. Eles vieram de uma família de criadores de cavalo. E aí descobriram uma outra forma de ganhar dinheiro. Eles viviam muito reclusos. É um homem que não bota a mão na droga. É incapaz de colocar fogo em alguma coisa, mas é ele quem “compra gasolina” e entrega para a pessoa. Essa contradição é sensacional.
Como foi o reencontro com José Padilha e trabalhar pela primeira vez em uma série de streaming?
Trabalhar com ele foi maravilhoso. Padilha é um diretor e amigo que eu tenho. Ele dá a possibilidade de criar e é um processo artístico muito ideal. Em Narcos, tínhamos um time de cinema: fazer três cenas por dia, enquanto em novela são 30. A nova geração assiste muito mais Netflix que TV aberta. É bom trabalhar num produto que eu sei que minhas filhas vão assistir.
Além do DNA do produtor-executivo José Padilha ('Tropa de elite' 1 e 2), que também dirige os dois episódios iniciais, o seriado de dez capítulos tem algumas conexões com o Brasil: dois são dirigidos por Fernando Coimbra; Wagner Moura na pele de Pablo Escobar e o tema de abertura gravado por Rodrigo Amarante e composto por Pedro Bromfman. No mesmo formato de 'Tropa', o seriado é narrado em tom documental pelo policial norte-americano Steven Murphy (Boyd Holbrook).
André Mattos, contratado da Rede Record, foi liberado para participar do projeto. Passou seis meses na Colômbia. "Representar em espanhol e estar numa equipe estrangeira mostram a abertura no mercado internacional", comemora. Ainda vivo, Jorge foi beneficiado com a delação premiada, assim como o irmão. Ficou preso por cinco anos.
O núcleo do cartel de Medellín se aproxima do tom mais cômico do drama. "É uma história muito cruel para o povo colombiano. Houve uma preocupação de um equilíbrio com o humor para não ficar só no drama", justifica.
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A orientação que a gente teve de Padilha, um diretor que deixa a gente livre, foi de estar o mais próximo da realidade possível. Nós fizemos uma série baseada em fatos reais. É um assunto muito delicado. Nós tivemos um auxílio de coach espanhol, sobretudo para nós brasileiros, que estávamos trabalhando em espanhol. Havia momento que a gente tinha que falar três línguas diferentes ao mesmo tempo.
Você vive um personagem que ainda está vivo. Como foi o processo de pesquisa?
Fiz trabalho de pesquisa literária, de entrevistas, dos depoimentos dele para proteger o irmão. Somente através de filmes e conversas. Jorge está livre, o irmão Fábio está preso e Juan morreu. Erick, o produtor, me mostrou umas fotos de onde ele mora. Eles vieram de uma família de criadores de cavalo. E aí descobriram uma outra forma de ganhar dinheiro. Eles viviam muito reclusos. É um homem que não bota a mão na droga. É incapaz de colocar fogo em alguma coisa, mas é ele quem “compra gasolina” e entrega para a pessoa. Essa contradição é sensacional.
Como foi o reencontro com José Padilha e trabalhar pela primeira vez em uma série de streaming?
Trabalhar com ele foi maravilhoso. Padilha é um diretor e amigo que eu tenho. Ele dá a possibilidade de criar e é um processo artístico muito ideal. Em Narcos, tínhamos um time de cinema: fazer três cenas por dia, enquanto em novela são 30. A nova geração assiste muito mais Netflix que TV aberta. É bom trabalhar num produto que eu sei que minhas filhas vão assistir.